Mulheres tratadas após sinais precoces de câncer de mama vivem mais do que aquelas que nunca tiveram a doença, revela estudo

de Merelyn Cerqueira 0

Em um estudo apresentado recentemente no Congresso Europeu do Câncer de 2017, realizado em Amsterdã, pesquisadores avaliaram as taxas de mortalidade de 10 mil mulheres, 10 anos após o diagnóstico de carcinoma ductal in situ, considerado uma forma inicial de câncer de mama. Eles descobriram que aquelas tratadas cedo apresentaram cerca de 10% a mais de chances de estarem vivas do que mulheres saudáveis, uma vez que se preocupam mais com a própria saúde, de acordo com informações do jornal Daily Mail.

 

Muitas mulheres que são diagnosticadas com carcinoma ductal in situ (DCIS), considerado um precursor do câncer de mama, acabam temendo o pior. Considerando que ele pode sempre progredir para uma doença mortal, a maioria delas opta por fazer uma mastectomia ou outras formas de cirurgia para impedir o crescimento.

 

No entanto, pesquisadores do Netherlands Cancer Institute avaliaram as taxas de mortalidade entre mulheres tratadas após o diagnóstico. Eles avaliaram registros médicos de 10 mil pacientes registradas entre 1989 e 2004.

 

As mulheres com idade superior a 50 anos que tinham sido tratadas para a condição apresentaram um menor risco de morte, avaliado em 2,5% de chance após um período de 10 anos, quando comparadas com a população em geral – e apesar de até a metade das pacientes desenvolver a doença sem ter o tratamento antes.

 

O risco aumentado de morte por câncer de mama é completamente compensado por um menor risco relacionado a outras causas em comparação com as mulheres na população em geral”, disse o professor Philip Poortmans, presidente do Congresso Europeu de Câncer. “Isso pode ser explicado por uma melhor saúde e situação socioeconômica das mulheres que participam regularmente de exames de detecção de câncer de mama”.

 

De acordo com o autor do estudo, Dr. Lotte Elshof, “ser diagnosticada com DCIS pode ser extremamente angustiante, e pesquisas indicam que muitas mulheres superestimam os riscos envolvidos e ficam confusas sobre o tratamento”.

 

Este estudo deve fornecer a garantia de que um diagnóstico não aumenta o risco de morte”, explicou. “Pode parecer surpreendente que este grupo de mulheres tenha, na verdade, uma taxa de mortalidade mais baixa do que a população em geral”.

 

No entanto, a grande maioria foi diagnosticada por meio de exames mamários, o que sugere que elas poderiam ter se tornado suficientemente conscientes da própria saúde e bem-estar para participarem de uma triagem”, acrescentou.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Flickr ]

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