Segundo estudo, luzes artificiais aumentam riscos de câncer de mama e obesidade

de Merelyn Cerqueira 0

Em um estudo realizado na Universidade de Haifa, em Israel, pesquisadores encontraram uma ligação significativa entre a força da luz artificial e as áreas com maior incidência de câncer de mama e obesidade.

O estudo, no entanto, teoriza a respeito de a luz artificial estar relativamente envolvida com o aparecimento de doenças, uma vez que a luz impacta diretamente a produção de melatonina – um hormônio produzido pelo cérebro durante a noite. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores, liderados pela doutoranda Nataliya Rybnikova, analisaram imagens de satélite e compararam-nas com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em uma pesquisa anterior, realizada na Universidade de Leiden, cientistas encontraram evidências de que a luz natural estava entre os fatores de risco para a obesidade. Ao final de um experimento em ratos de cinco semanas, ficou constatado que os animais expostos à luz por 24 horas ao dia possuíam 50% mais gordura do que os que eram expostos por menos tempo à luz. Isso ocorreu apesar de os animais estarem comendo a mesma quantidade de comida e praticando a mesma rotina de exercícios. Os testes revelaram que a luz constante interrompia a ação do relógio biológico e atrapalhava o processo da queima de calorias.

Em todo o mundo, as taxas de sobrepeso e obesidade aumentam cada vez mais, com um número estimado de 1.900 bilhões de adultos com sobrepeso e 600 milhões definidos como obesos, de acordo com dados da OMS. Sendo assim, e de acordo com o estudo, o aumento da exposição à luz artificial pode influenciar a massa corporal pela supressão da produção de melatonina e pela perturbação dos ritmos diários.

Em outra constatação, os investigadores analisaram dados de 180 países, levando em conta outros fatores – como as taxas de natalidade – e observaram uma associação estatisticamente significativa entre o câncer de mama e a luz artificial.

Os pesquisadores ainda acrescentaram que esses níveis são maiores em países da Europa Ocidental, enquanto que o Sudeste Asiático e Estados do Golfo apresentaram taxas relativamente baixas de câncer de mama em um contexto aplicado à utilização de luzes artificiais.

O estudo foi publicado pelo The International Journal of Obesity.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]

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