Jovem paga para amputar a perna depois de sofrer com unha encravada

de Merelyn Cerqueira 0

Hannah Moore, uma britânica de 19 anos, em 2012 passou por uma cirurgia para corrigir uma unha encravada. No entanto, após meses de desconforto, ela descobriu ter desenvolvido uma condição rara chamada Síndrome Dolorosa Complexa Regional (SDCR).

Se pé foi tomado por uma úlcera e dores e após dois anos de tratamentos falhos, tomou a decisão de amputá-lo – apesar dos médicos não terem lhe recomendado. Em julho deste ano, ela pagou uma quantia de 5.000 euros (R$ 18.322) para ter parte da perna removida, de acordo com o jornal inglês Daily Mail.

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Moore disse ter sentido uma dor insuportável na perna direita antes de amputá-la. Apesar de não aparentar sinais de infecção, a dor era tão grande que a levava as lágrimas. Os médicos logo a diagnosticaram com a SDCR – que pode ser desencadeada por uma pequena cirurgia. Após longas tentativas de tratamentos, Moore tomou a decisão de amputar a perna. Especialistas lhe disseram que essa era uma atitude desnecessária porque a dor poderia retornar na parte restante do membro.

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Agora, ela afirma que a decisão foi a melhor que já tomou em anos, porque sente que finalmente conseguiu colocar sua vida ‘de volta nos trilhos’. “Eu não poderia estar mais feliz”, disse. “Não estava com medo, estava animada. Os últimos anos foram um pesadelo absoluto, é incrível o quanto minha vida mudou por causa de uma unha encravada”.

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A jovem afirmou que inicialmente nunca tinha ouvido falar na síndrome, e que quando o pé começou a inchar e doer acreditou que estava infeccionado. No entanto, as dores eram tão fortes que ela chegava a tomar 40 tipos diferentes de medicações. “Mesmo um cobertor sobre minha perna poderia me levar as lágrimas”. Como já tinha passado por 53 trocas de curativos em 58 semanas, todas feitas sob anestesia geral, ela disse ter decidido pela amputação, mesmo com advertência dos especialistas. ”Era um risco que eu estava preparada para assumir”, revelou.

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Como os médicos não apoiavam sua decisão, o NHS (sistema de saúde do Reino Unido) se recusou a financiar a operação e por isso, Moore teve de pagar 5 mil euros para conseguir realizá-la.  Antes campeã de Karatê, hoje sua paixão e sonhos associados ao esporte foram colocados em espera. No entanto, ela é capaz de competir em corridas de cadeira de rodas e espera poder representar a Grã-Bretanha no triatlo dos Jogos Paralímpicos de 2020.

A síndrome dolorosa complexa regional é uma condição neurológica rara e pouco compreendida pela Medicina em que as pessoas experimentam dores graves, debilitantes e persistentes. Embora na maioria dos casos seja desencadeada por alguma lesão, a dor resultante é muito mais grave e longa do que o ferimento original.

Normalmente é reservada a apenas um membro do corpo, mas pode se espalhar para outras partes. A pele afetada torna-se extremamente sensível ao toque, e até mesmo uma mudança de temperatura pode provocar dores intensas. A área pode se tornar inchada, dura ou sofrer alterações de cores. Muitos casos de SDCR melhoram gradualmente com o tempo, podendo alcançar a cura completa. No entanto, alguns nunca vão embora e a pessoa fica fadada a sofrer por anos com a dor, segundo informações da NHS Choices.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]

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