Gordura no fígado: conheça a esteatose, um silencioso grave problema de saúde

de Otto Valverde 0

A esteatose hepática é um termo que descreve o acúmulo de gordura no fígado. Embora seja normal a presença de gordura no órgão – em quantidades pequenas e adequadas –, quando em excesso, pode se tornar um grave problema de saúde importante, e ser até fatal.

 

O fígado é um órgão capaz de se regenerar reconstruindo novas células hepáticas quando as antigas são danificadas. Sua função é processar tudo o que comemos ou bebemos – influindo medicamentos ou o álcool –, filtrando quaisquer substâncias prejudiciais ao sangue. Este processo é interrompido quando há muita gordura, especialmente quanto esta representa cerca de 5 a 10% do peso do órgão.

Existem vários estágios de esteatose no fígado, e frequentemente não apresenta sintomas clássicos ou visíveis, mesmo quando o problema é considerado já avançado.

 

Sintomas

De acordo com a American Liver Foundation, a maioria dos casos de gordura no fígado são registrados em pessoas com idades entre 40 e 60 anos – embora isso não seja, de nenhuma forma, uma regra geral, já que existem pacientes muito jovens, especialmente alcoólatras, com o problema. Ela só pode ser diagnosticada por meio de exames médicos, mais especificamente uma ultrassonografia do abdômen superior, ou ainda outras técnicas, como a tomografia (menos indicada pelo alto índice de radiação que o paciente recebe) ou até mesmo ressonância magnética.

 

A condição normalmente não apresenta sintomas associados. No entanto, quando em casos graves, pode provocar inflamações, falta de apetite, perda de peso, dor e aumento do volume abdominal, fraqueza física, fadiga, fezes sem cor, alterações de coagulação e de sono, confusão mental, tremores, aparência de “aranhas” nos vasos superficiais da pele, além de hepatite gordurosa (denominada esteato-hepatite).

 

Causas

Embora as causas mais comuns para o acúmulo de gordura no fígado seja o consumo excessivo de álcool e obesidade, há outros problemas adjacentes como diabetes, resistência à insulina, herança genética, hepatites virais (B e C), excesso de peso, triglicérides e colesterol alto, perda ou ganho de peso rápido, bem como efeito colateral do uso de medicamentos, que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Além disso, pessoas com inflamações crônicas do fígado, causadas por outras doenças, também correm risco.

 

Quem ingere álcool diariamente ou com maior frequência do que é socialmente tolerado, especialmente cerveja pela grande quantidade de carboidratos que a bebida contém, está especialmente em situação vulnerável de desenvolver a esteatose. A doença é, por vezes, menosprezada ou negligenciada, e poucos sabem do risco que correm, com possibilidade de desenvolvimento posterior de cirrose.

 

A doença se desenvolve quando o corpo não consegue metabolizar a gordura com rapidez suficiente, provocando o acúmulo. O que muitos não sabem, é que o grande vilão neste caso não é a gordura propriamente da alimentação, e sim os carboidratos em excesso que ingerimos. Ao entrar no corpo, estes carboidratos transformam-se em gordura, sendo estocados no fígado. Aparentemente, mulheres parecem ter um risco maior de desenvolver a doença, uma vez que o hormônio estrogênio facilita o acúmulo de gordura.

 

Tratamentos

Basicamente, não existe um medicamento específico que sozinho resolva a esteatose hepática. Embora existam alguns que possam auxiliar, eles precisam estar aliados a modificações no estilo de vida, como mudança na dieta e prática de exercícios físicos. De fato, a solução mais simples para controlar o problema é emagrecendo.

 

Reduzir apenas 7% do peso corporal já pode trazer bons resultados – ou até trazer a cura. Em geral, medicamentos manipulados (aqueles que você não encontra nas farmácias tradicionais), receitados por um médico que entenda de formulações personalizadas ou orientado pelo seu farmacêutico de confiança, pode surtir efeitos extraordinários na eliminação da gordura extra do fígado, mas nada é mais eficaz que mudar hábitos de vida.

 

Sobre os medicamentos manipulados, você pode falar do assunto com o farmacêutico das farmácias de manipulação, bem como com seu médico de confiança e também seu nutricionista – que pode receitar manipulados naturais para ajudar neste processo.

 

Pessoas nestas condições devem evitar alimentos gordurosos, doces e frituras e aumentar a ingestão de frutas, legumes, verduras e carnes magras. Os carboidratos também devem ser reduzidos em grande proporção, sendo substituídos por alimentos integrais. Não se esqueça que o álcool é um grande fator de risco e bebidas como a cerveja, por exemplo, pelo alto teor de carboidratos, torna o processo de cura mais lento e difícil.

 

Nutrientes como colina e betaína, presentes em alimentos como quinoa, beterraba, espinafre, gérmen de trigo, ovo e soja, pode ajudar o fígado a exportar a gordura para a corrente sanguínea, evitando o acúmulo no órgão. Estes elementos podem ser manipulados, bem como produtos naturais como a Silimarina (um fitoterápico – planta da espécie Silybum marianum com propriedades de proteger o fígado).

 

Outros fitoterápicos e fármacos naturais também podem ser encontrados para manipulação, como a Coleus forskohlii (espécie Plectranthus barbatus), Boldo do Chile, DL Metionina, Sinetrol, Morosil, N-Acetil-Cisteína, Pholia Negra, Resveratrol, L-Carnitina, Bitartarato de Colina, dentre outros diversos.

 

Atenção: as medicações aqui descritas são de caráter informativo. Não se automedique. Estatose é uma doença séria e precisa de acompanhamento e tratamento. Sempre converse com seu médico, farmacêutico especialista em manipulação e seu nutricionista para encontrar a melhor abordagem terapêutica.

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[ NCBIhealthline ] [ Fotos: Reprodução / NCBI ]

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