É possível ficar bêbado inalando álcool?

de Merelyn Cerqueira 0

Os álcoois, basicamente, são uma classe de compostos orgânicos comumente utilizados como combustíveis, solventes, esterilizantes e também na produção de bebidas alcoólicas.

Conforme informações da bióloga Lucianna Lira, do Diário de Biologia, a ação do álcool é quase que imediata na desnaturação de proteínas e remoção de lipídios. Além disso, é um ótimo germicida, capaz de agir contra bactérias, micobactérias, vírus e fungos. Porém, e tendo em mente os efeitos dele quando consumido em forma de bebida, será que é possível ficar embriagado apenas pela inalação do produto?

Para começar, consideremos o álcool etílico, que para agir eficazmente como antisséptico deve ser diluído em água, mantendo 70% de sua concentração. Logo, uma das características mais consideráveis desse tipo de álcool é sua alta volatilidade, sendo capaz de evaporar rapidamente em temperatura ambiente. Assim, para responder à questão apontada, que basicamente envolve o nível de toxidade do vapor alcoólico inalado, devemos levar em consideração a concentração do álcool no ar, o tempo de exposição, ritmo respiratório, absorção do etanol pelos pulmões e a velocidade de eliminação dessa substância pelo corpo.

Quando inalado, ele é enviado diretamente para os pulmões. Dos alvéolos pulmonares, passa para o sangue e eventualmente para as demais células do corpo. No entanto, quando em concentrações baixas, o etanol não constitui riscos para os seres humanos em geral. Diferente disso, quando em uma concentração maior do que 0,1%, a inalação pode causar irritação nos olhos e trato respiratório, além de sintomas de fadiga, dores de cabeça e sonolência.

De acordo com a bióloga, estudos realizados em seres humanos já demonstraram que de 55% a 60% dos vapores alcoólicos inalados vão para a corrente sanguínea. Colocando em perspectiva, serão necessários 20 minutos de inalação para que o corpo sinta os mesmos efeitos proporcionados por uma bebida de baixo teor alcoólico.

De acordo com as Fichas de Segurança do Produto (FISPQ), a manipulação desse tipo de substância deve ser feita com o uso de equipamentos de proteção adequados. Logo, é essencial estar ciente dessas informações para se prevenir de possíveis efeitos adversos. 

[ Fonte: Diário de Biologia / Anvisa ]

[ Fotos: Reprodução / Diário de Biologia ]

Jornal Ciência