Descoberta sobre o crescimento de estrelas pode revelar como o nosso Sol se formou

de Bruno Rizzato 0

Em locais espalhados por todo o Universo, em que ocorre a formação estelar, estrelas praticam “canibalismo”, elas comem integrantes de suas próprias famílias. Estrelas e planetas se formam a partir de discos de gás e poeira que se condensam, formando aglomerados cada vez maiores. Porém, uma nova pesquisa mostrou que o crescimento de uma jovem estrela está longe de ser pacífico.

Os cientistas acreditam que jovens estrelas no centro de discos não crescem a um ritmo constante, mas sim, através de uma série de surtos de crescimento violentos que envolvem comer seus “irmãos” localizados nas proximidades, fazendo com que elas se tornem muito mais brilhantes no processo. Como os aglomerados se condensam sob a massa de pó e gás, eles tornam-se aquecidos o suficiente para que formem as estrelas no centro do disco.

Porém, outros aglomerados também podem se formar a partir do disco, o que poderia, eventualmente, gerar planetas gasosos gigantes, e a atração gravitacional entre eles faz com que o disco de gás gire de forma instável. Assim, um grupo internacional de astrônomos descobriu que quando esses aglomerados se formam, o disco queima de forma muito mais brilhante, muitas vezes aumentando seu brilho em milhares de vezes.

Mas este giro torna os aglomerados menores, o que poderia formar planetas do tamanho de Júpiter. Estes seriam consumidos pelas estrelas crescentes. De acordo com os cientistas, cada vez que um desses surtos de crescimento ocorre, a estrela pode consumir o equivalente à massa da Terra a cada dez dias.

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Para observar este crescimento estelar, a equipe estudou quatro discos na constelação de Orion, onde há a formação de estrelas. O brilho de muitos objetos nesta constelação varia, pois eles se tornam mais claros ou mais escuros ao longo de suas vidas, podendo aumentar seu brilho em uma taxa de até 250 vezes durante um ano.

Os pesquisadores observaram uma espiral estendendo-se a partir dos discos e aglomerados. Em simulações de computador, eles descobriram que instabilidades gravitacionais criaram esses braços e aglomerados a partir de discos de gás que giravam, o processo pode durar por milhares de anos. Segundo os pesquisadores, esta é a primeira vez que eles recriaram previsões em modelos, juntamente com as observações do telescópio.

Suas descobertas poderiam até mesmo ajudar a desvendar a formação do nosso próprio Sol. “Este é um passo importante para a nossa compreensão de como estrelas ou planetas se formam e evoluem. Se pudermos provar que a maioria das estrelas submete-se a tais episódios de brilho causados por instabilidade gravitacional, significaria que o nosso Sol pode ter experimentado vários desses episódios, o que quer dizer que os planetas gigantes do Sistema Solar podem ser, de fato, sobreviventes sortudos do passado tempestuoso do Sol”, explicou Eduard Vorobyov, astrônomo da Universidade de Viena, na Áustria, e autor do estudo, publicado na Science Advances.

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Science Advances

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