Descoberta revela fatos surpreendentes sobre a cidade mais antiga da Europa

de Bruno Rizzato 0

O recente trabalho de campo realizado na antiga cidade de Knossos, na ilha grega de Creta, descobriu que, durante a antiga Idade do Ferro (1.100-600 a.C.), a cidade era rica em importações e foi quase três vezes maior do que o que se acreditava, com base em escavações anteriores.

A descoberta sugere que o sítio arqueológico da Idade do Bronze grega (entre 3.500 e 1.100 a.C.) não apenas se recuperou do colapso do sistema sociopolítico – que ocorreu em torno de 1.200 a.C. – como também cresceu de forma rápida e prosperou como um centro cosmopolita das regiões Egeias e Mediterrânicas.

Antonis Kotsonas, professor-assistente de Estudos Clássicos da Universidade de Cincinnati, nos EUA, destacou sua pesquisa de campo sobre o Knossos Urban Landscape Project (Projeto Paisagem Urbana de Knossos), na 117ª reunião anual do Archaeological Institute of America & Society for Classical Studies.

Kotsonas explica que Knossos, “reconhecido como um sítio glorioso da Idade do Bronze grega, abrigo da ilha de Creta e da sede do palácio do mítico Rei Minos, e da casa do labirinto enigmático”, foi o epicentro próspero da cultura minoica. Os pesquisadores têm estudado a cidade da Idade do Bronze por mais de um século, mas as pesquisas mais recentes focaram no desenvolvimento urbano da cidade após a sua entrada na Idade do Ferro – no século 11 a.C. – após o colapso dos palácios Egeus ocorrido na Idade do Bronze.

As relíquias encontradas estavam espalhadas por uma extensa área, anteriormente inexplorada. Kotsonas diz que essa exploração revelou um crescimento considerável no tamanho do assentamento durante a Idade do Ferro e também, crescimento na quantidade e na qualidade das suas importações provenientes da Grécia Continental, Chipre, Oriente Médio, Egito, Itália, Sardenha e do Mediterrâneo ocidental. “Nenhum outro lugar do período tem essa gama de importações”, disse Kotsonas, contando que elas incluíam bronze e outros metais, joias, adornos e cerâmica. Ele acrescenta que a maioria dos materiais recuperados de túmulos fornece um vislumbre da riqueza na comunidade, já que símbolos de status eram enterrados com os mortos durante este período.

O projeto é uma parceria de pesquisa entre o Serviço Arqueológico Grego e a Escola Britânica de Atenas. Kotsonas atua como colaborador no projeto desde 2009. Segundo ele, como o local também é uma atração turística popular, há um forte interesse em desenvolver seus arredores. O “Projeto Paisagem Urbana de Knossos” trabalha para informar a comunidade local sobre a importância de preservar a área, evitando que sejam perdidas informações dessa história que ainda não foi totalmente descoberta.

[ Eureka ] [ Foto: Reprodução ]

Jornal Ciência