Após fenômeno de branqueamento, grande parte dos corais da Austrália está morta

de Julia Moretto 0

Já se passaram seis meses desde que a Grande Barreira de Coral, na Austrália, viveu seu pior evento de branqueamento de coral, registado em Março. No episódio, mais de 93 por cento do recife ficou branco devido às temperaturas oceânicas extremamente quentes.

Os pesquisadores têm analisado os danos a longo prazo para ver como os recifes conseguem se recuperar. A pesquisa mostrou que a maioria dos corais acima do Port Douglas, na região norte, morreu. Próximo de Lizard Island, ainda mais ao norte, há menos de 5 por cento de corais vivos. Estamos vendo lotes e lotes de corais mortos“, contou o pesquisador-chefe Andrew Baird, do Centro do ARCO, em James Cook University, na Austrália. “Próximo a Lizard Island, 80 a 100 por cento dos corais estão mortos“, completou.

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O branqueamento do coral ocorre quando as minúsculas algas que vivem dentro dos corais se deslocam devido ao estresse. Essas pequenas algas são responsáveis pelas cores. Além disso, elas também são essenciais para alimentar os corais – fornecem alimentos em troca de abrigo no tecido dos corais.

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Quando a temperatura da água fica muito alta, os corais ficam estressados e ejetam as algas. Se um coral não reanimar uma população de algas rapidamente, ele vai ser mais vulnerável ​​à destruição de predadores ou doenças e acabará morrendo de fome. Milhões de corais no norte da Grande Barreira de Corais morreram rapidamente de estresse térmico em março e desde então muitos estão morrendo lentamente“, disse um membro da equipe, Greg Torda.

A última pesquisa envolveu a análise do progresso de 83 recifes que foram observados em março. Até o momento os resultados são claros, mas a pesquisa continua até novembro. Seis meses após o branqueamento de pico, os corais têm agora que recuperar seus simbiontes de algas e sobreviver. Caso não façam isso, eles morrerão de fome“, disse Torda. “Nós examinamos os recifes próximos de Lizard Island. A quantidade de coral vivo cobrindo o recife caiu de 40 por cento em março, para menos de 5 por cento atualmente“, completa.

Na região sul, abaixo de Port Douglas, a maioria dos recifes permanece em bom estado. “Como esperávamos segundo o padrão geográfico de branqueamento, os recifes mais ao sul estão em uma forma melhor“, disse Baird. “Ainda há cerca de 40 por cento da cobertura de coral na maioria dos recifes no centro de Great Barrier Reef, e corais que foram moderadamente branqueados. No verão passado quase todos recuperaram a sua cor normal“, completou.

Baird admite que há uma “pequena chance” do recife acima Port Douglas se regenerar no futuro, mas somente se os dois terços meridionais do recife se mantiverem saudáveis. Ainda há uma grande quantidade de recifes que poderia fornecer os propágulos para o recife do norte se recuperar, mas é provável que isso leve muito tempo“, lamentou Baird em entrevista à ABC Science. “Isso vai depender particularmente das áreas que ainda estão em boas condições“, completou.

O número total de animais mortos não será confirmado até que todos os inquéritos sejam concluídos. Mas, os pesquisadores admitem que este é o pior evento de branqueamento já registrado na Grande Barreira de Corais. Esperemos que a perda de um recurso natural tão importante deixe as pessoas conscientes.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

Jornal Ciência