Morfina pode ser substituída por novo medicamento muito mais eficiente sem causar vício

de Bruno Rizzato 0

Os cientistas desenvolveram um novo medicamento que pode ser uma alternativa mais segura para a morfina.

Os pesquisadores descobriram que as variantes modificadas da endomorfina, um produto químico que ocorre naturalmente no corpo, são tão fortes quanto a morfina quando se trata de camuflar a dor.

O mais interessante é que a medicação não produz nenhum dos efeitos colaterais indesejados das drogas à base de ópio, que são extremamente viciantes. Porém, os resultados se referem apenas a testes em ratos, mas é um começo promissor para o que poderia ser um analgésico poderoso e menos problemático.

Analgésicos opiáceos são comumente usados ​​para tratar a dor severa e crônica, mas além de serem viciantes, os pacientes também desenvolvem uma tolerância aos efeitos ao longo do tempo. Com o risco de dependência, doses mais elevadas podem ser tomadas e overdoses podem ocorrer. Isto pode causar comprometimento motor e depressão respiratória potencialmente fatal, resultando em milhares de mortes anuais, principalmente nos EUA, local do estudo.

Os pesquisadores descobriram que a endomorfina produziu um alívio da dor semelhante à morfina, em ratos, sem apresentar os problemas decorrentes de medicamentos à base de ópio.

“Estes efeitos secundários se mostraram ausentes ou reduzidos com a nova droga”, revelou o neurocientista e farmacologista James Zadina, da Faculdade de Medicina da Universidade de Tulane.

Em seus testes, os cientistas descobriram que as variantes de endomorfina produziram o alívio da dor de forma igual ou maior que a morfina, sem causar respiração substancialmente mais lenta em ratos. Quando dada uma dose semelhante da morfina aos animais, eles experimentaram depressão respiratória significativa.

Problemas de coordenação motora também não foram evidentes nos ratos que receberam endomorfina modificada, embora o prejuízo tenha sido significativo em animais que receberam morfina. A tolerância à nova droga também foi menor, tornando-a mais efetiva.

Para determinar se a nova medicação foi viciante, os pesquisadores fizeram vários testes que eles dizem serem preditivos ao abuso de drogas humano, incluindo um experimento no qual os animais são observados em relação ao tempo que gastam em um compartimento onde receberam as substâncias. Com a morfina, sempre ficavam em volta do local, mas com a endomorfina, isso não aconteceu.

Os resultados, publicados na Neuropharmacology, são favoráveis aos medicamentos que não levam ópio, mas outras variantes neuroquímicas ainda precisam ser mais estudadas, segundo os pesquisadores. A equipe espera começar os testes clínicos em seres humanos dentro dos próximos dois anos.

Se os resultados mostrarem efeitos semelhantes aos observados em ratos, o medicamento seria muito importante, levando em conta que, segundo novos dados, mortes por overdoses de drogas atingiram um novo recorde em 2014, nos EUA, totalizando cerca de 47.055 pessoas.

Como grande parte dos casos envolvem opiáceos – incluindo medicamentos prescritos – quanto mais cedo os analgésicos deixarem de ser viciantes, melhor será para as estatísticas, salvando a vida de milhares de pessoas.

Fonte: Science Alert Foto: Reprodução / Wikipédia

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