O misterioso caso do mexicano que dizia ter “duas cabeças” e trabalhou no circo para sustentar 9 filhos

de Redação Jornal Ciência 0

Pascual Piñón, um mexicano que afirmava ter nascido com duas cabeças, nasceu no ano de 1889 e ao entrar nos EUA, trabalhou na construção de uma ferrovia no estado do Texas. Seu local de nascimento ou as raízes de sua família são incertos.

Existem relatos de que ele pode ter vivido em uma tribo selvagem ou indígena, mas sem confirmação. Outros relatos dizem que ele vivia perto da mina de construção onde trabalhou, sendo posteriormente “preso” pelos vizinhos – como um “escravo”.

Sua vida mudou quando o empresário John Schindeler soube do caso de Pascual que possuía uma “massa” na cabeça e resolveu conhecê-lo em 1917, quando ele ainda morava no Texas. Imediatamente foi chamado para fazer parte como “atração” do circo Sells Floto.

Existem vários documentos históricos que mostram que, em tempos remotos, era comum seres humanos com alguma anomalia (como pessoas com três pernas, defeitos congênitos, deformações faciais, etc) participarem de circos fazendo shows de aparição não só nos EUA, mas em vários países, acumulando grande volume de dinheiro como salário – embora quase todos acabaram na miséria.

Muitos aceitavam entrar no circo para ter “uma vida”, visto que era grande a hostilidade das pessoas com anomalias genéticas. A medicina não era desenvolvida o suficiente, e as pessoas tinham grande medo e enorme preconceito.

À época, inúmeras teorias, inclusive publicações em jornais, especulavam sobre a verdade de sua “segunda cabeça”.

Muitos o acusavam de usar algum tipo de máscara, outros afirmavam ser um gêmeo malformado que nasceu grudado em sua cabeça e até mesmo maquiagem de alguma “massa de gordura”. Alguns diziam que o “rosto” tinha traços femininos, e o apelidaram de “Maria”.

Apesar das especulações que indagavam o motivo da segunda cabeça não se mexer, ele declarou uma vez à imprensa: “Ela não é muda. Além disso, ela é um ser humano. Eu posso ouvi-la, mas sou o único capaz de fazer isso. Ela só existe através de mim”.

Pascual tornou-se tão famoso que foi inspiração para um livro de romance escrito pelo sueco Per Olov Enquist.

Atuação

Pascual não era propriamente um artista. Seu número circense consistia, basicamente, em sentar e levantar o queixo algumas vezes para mostrar melhor a “cabeça”. Ele não cantava, não dançava, não fazia malabarismo e nada que envolvesse movimentos bruscos, o que gerava desconfiança.

Afinal, ele tinha duas cabeças?

Clinicamente falando, o caso foi posteriormente descoberto quando o próprio empresário de Pascual resolveu pagar uma cirurgia para retirada do que seria um tumor maligno que crescia em sua testa.

Ao que parece, o tumor foi “moldado” de alguma forma, com uma espécie de máscara de cera colada a ele. A máscara, possivelmente, era colada de tempos em tempos para proporcionar aderência e não cair, além de ser maquiada.

Relatos antigos afirmavam que o rosto era de prata fundida e que havia sido implantado sob sua pele para dar aspecto realista e enganar o público, ficando mais “segura”.

Essa versão é extremamente improvável, devido às complicações enormes que isso geraria como rejeição e infecções – além da falta de recurso medicamentoso que temos hoje.

Os relatos mais confiáveis dizem que o empresário obrigou Pascual a participar da farsa para que ambos ganhassem dinheiro.

Pascual conseguiu sustentar sua família de 9 filhos por um certo tempo, mas não existem relatos oficiais se ele conseguiu acumular dinheiro e qual foi o seu destino após sair do circo e fazer a cirurgia de remoção do tumor maligno.

Fonte: History / The Human Marvel / STSTW / Catholicus Fotos: Reprodução / Domínio Público / Oddities

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