Um estudo britânico descobriu que cerca de 50% das mulheres do Reino Unido possuem cansaço em excesso e problemas no sono.
Muitas não procuram ajuda médica porque acreditam ser apenas um efeito colateral do envelhecimento. Porém, especialistas alertam que não dormir o suficiente pode ser um sinal de uma condição médica grave, embora a gravidez ou a menopausa, muitas vezes, possam ter influência. O problema pode se estender a outros países, incluindo o Brasil.
A falta de sono é um problema recorrente para muitas mulheres, assim que elas se aproximam da menopausa. Alterações nos níveis hormonais podem causar sudorese noturna, agitação e alterações de humor. Estes sintomas contribuem para uma noite de sono conturbada ou nula. Segundo um estudo de Harvard, a falta de sono também pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 em mulheres de meia-idade, pois as citocinas pró-inflamatórias, substâncias relacionadas com o período de sono, possuem impacto sobre o processamento da glicose.
No entanto, apenas uma em cada quatro mulheres com problemas para dormir procura por ajuda médica, segundo o estudo. “Muitas vezes as mulheres pensam que o sentimento de esgotamento é apenas consequência da vida moderna, quando, na verdade, pode ser algo mais grave. A falta de tratamento deixa as mulheres em risco de redução da qualidade de vida e graves condições de saúde”, disse o professor John Stradling, um especialista em sono da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
O inquérito realizado pela YouGov, com 4.100 adultos britânicos, descobriu que 46% das mulheres têm problemas para dormir, em comparação com 36% dos homens. Elas também são mais propensas a acordar durante a noite – 36% das mulheres relataram este problema, em comparação com 23% dos homens. Seis em cada dez mulheres disseram que se irritam durante o dia por conta da falta de sono, enquanto menos da metade dos homens relatou o problema.
A perturbação do sono é, muitas vezes, causada por uma apneia, que provoca roncos e pausas perigosas na respiração. Gravidez e menopausa aumentam o risco de uma mulher sofrer da doença. Quando não tratada, a condição pode levar a problemas mais sérios de saúde, tais como acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco. O estudo acredita que cerca de 1,5 milhões de adultos na Grã-Bretanha sofram com a apneia do sono, mas a maioria não fala sobre o problema com um médico. A estimativa é de que em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, as taxas sejam semelhantes. Além do ronco e das falhas na respiração, inquietação nas pernas, fadiga, depressão, dores de cabeça e dores musculares também são sintomas.
Bill Johnston, presidente de uma associação britânica de apneia do sono, que encomendou a pesquisa, disse que é normal culpar a má qualidade do sono a uma mudança de temperatura, por exemplo. “A falta geral de consciência dos sintomas da apneia do sono e seu impacto sobre a saúde de uma pessoa pode significar que muitos estão sofrendo em silêncio. Por isso é importante que profissionais de saúde descubram este grupo e ajudem a minimizar o impacto de problemas de sono nas suas vidas. As mulheres também precisam ajudar seus médicos a entenderem como elas dormem para evitar erros de diagnóstico”, disse ele.
Estima-se que 1.9 milhões de mulheres no Reino Unido, local do estudo, entrem na menopausa a qualquer momento. Cerca de 80% destas mulheres podem sofrer os sintomas, que normalmente duram por cerca de quatro anos. Porém, uma em cada dez mulheres sofre dos sintomas por mais tempo, com alguns casos chegando a 12 anos de duração. O dado assustador aumenta a necessidade de consultar um médico.
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