Canibalismo, basicamente, é uma prática que envolve o consumo da carne de semelhantes vista com maus olhos pela sociedade. No entanto, o ato de comer carne humana ocorre há muito tempo, com consequências mistas entre diferentes civilizações. Em algumas comunidades ela não só é recorrente como também considerada regra.
O primeiro caso conhecido de canibalismo ocorreu há 100.000 anos na França, entre neandertais, de acordo com informações da BBC. Mas, com o passar do tempo a prática foi ganhando espaço e adquirindo certos elementos bizarros, que você confere na lista baixo.
1 – Carne humana tem gosto de carne suína
Tal constatação foi feita por canibais indígenas. De acordo com eles, a carne humana é muito semelhante à de suínos, mas com notas levemente mais doces e textura mais macia.
De acordo com o canibal alemão Armin Meiwes, conhecido como “O Canibal de Rotenburg”, que comeu mais de 20 quilos da carne de um voluntário, o sabor é mais amargo que a carne de porco, porém “mais gostosa”. Já para o canibal japonês Issei Sagawa, a carne humana não tem gosto.
Acredita-se que o psicológico de cada um deles provavelmente influenciou na conclusão. No entanto, o estado da carne da vítima também conta, e isso inclui fatores como idade, dieta e a prática de exercícios físicos – basicamente o mesmo que influencia sabor e maciez da carne que compramos no açougue.
2 – Doença de Creutzfeldt-Jakob (vaca louca)
As pessoas que consomem carne humana podem correr o risco de adquirir uma doença degenerativa e incurável. Trata-se de uma das formas da doença dos príons – agentes infeciosos minúsculos que podem ser transmitidos hereditariamente – chamada de doença de Creutzfeldt-Jakob (em sua versão animal: doença da vaca louca). Os indivíduos tendem a ter cérebros semelhantes a esponjas e danos neurológicos que afetam o controle sobre o corpo.
O relato mais conhecido da doença foi visto entre as décadas de 1950 e 1960, em uma tribo Fore, Papua Nova Guiné. As pessoas ali estavam sofrendo com dificuldades para andar, falar, tremores, histeria e fala enrolada. O período de incubação é de 10 a 13 anos, tendo sido observado em espaços de tempo maiores, como 50 anos. Os infectados costumam morrer após um ano da infecção.
3 – Endocanibalismo e exocanibalismo
Consideradas duas variações da prática, a primeira, o endocanibalismo, se refere à prática como um rito de passagem ou mortuária. Na tribo Fore, por exemplo, os mortos eram comidos para que vivessem para sempre dentro de outros membros.
No caso do exocanibalismo, a prática é usada como arma, em que o ato de matar e comer um corpo serve para intimidar inimigos. Este é o caso de “Mad Dog”, um canibal que teve a família assassinada por muçulmanos e por isso, como vingança, resolveu comer a perna de um religioso semelhante, mas sem qualquer relação com o crime.
4 – Autocanibalismo
Práticas simples como comer unhas ou os lábios, por exemplo, já são consideradas autocanibalismo por associação. Apesar de ser considerado naturalmente incomum, a prática de comer a carne do próprio corpo é feita por pessoas com transtornos psicológicos.
No entanto, em outras ocasiões, é usada como ferramenta de tortura, como quando Claude Neal, um rapaz afro-americano da Flórida, foi obrigado por supremacistas brancos do Sul dos EUA, a comer seus próprios testículos antes de ser assassinado em 1934.
5 – Canibalismo de sobrevivência
O canibalismo faz parte da evolução humana. Nossos ancestrais, tinham a prática como costume, e a utilizavam durante disputas de território ou para sobrevivência alimentar.
O chamado “canibalismo de sobrevivência”, muitas vezes, é visto entre sobreviventes de desastres aéreos. Por exemplo, em 1972, quando o avião de uma equipe de rúgbi uruguaia caiu na região dos Andes, os sobreviventes foram obrigados a se alimentar dos mortos até que fossem resgatados.
6 – Canibalismo no mundo animal
Especialmente comum entre insetos, como o louva-a-deus, viúvas-negras, formigas e baratas, o ato ocorre, na maioria das vezes, por razões de reprodução. A prática também é vista entre espécies de cobras, tubarões e leões, que comem filhotes para evitar disputas de território.
Os chimpanzés, que possuem cerca de 98% de seu código genético semelhante ao nosso, também já foram observados em situações de canibalismo. No caso, as fêmeas comem os próprios filhotes ou os de rivais.
[ Medical Daily ] [ Foto: Reprodução / Pixabay via Medical Daily ]