Restrições globais ao WhatsApp: descubra os países que o proíbem e os motivos ocultos

de Redação Jornal Ciência 0

Desde seu lançamento em 2009 para usuários iOS e 2010 para Android, o WhatsApp se tornou um fenômeno global, com a Meta (anteriormente Facebook) adquirindo-o em 2014 por impressionantes 19 bilhões de dólares.

Atualmente, o aplicativo tem mais de 2,7 bilhões de usuários globais e é o app de mensagens mais popular do mundo, superando o WeChat em mais de 1 bilhão de usuários. Diariamente, 140 bilhões de mensagens são trocadas na plataforma, refletindo sua integração profunda na vida dos usuários.

Mas, em diversos países a presença do aplicativo não é bem-vinda e em muitos é completamente proibida. Abaixo, exploramos as razões e implicações dessas proibições, destacando como elas impactam a comunicação e a liberdade de expressão globalmente.

China

O WhatsApp foi bloqueado na China em 2017, junto com outras plataformas como Facebook e Google. O governo chinês promove o WeChat como alternativa e justifica o bloqueio do WhatsApp com a preocupação de que ele possa ser usado para disseminar informações falsas e ameaçar a segurança nacional​​​​.

Irã

No Irã, o WhatsApp enfrenta bloqueios temporários, geralmente durante períodos de agitação política. As autoridades estão preocupadas com a criptografia do aplicativo, temendo seu uso para espalhar desinformação ou realizar atividades criminosas​​ — embora essa justificativa seja completamente questionável.

Coreia do Norte

Em um dos países mais isolados e censurados do mundo, o acesso ao WhatsApp é praticamente inexistente, já que o governo mantém um controle estrito sobre a internet e qualquer tipo de meios de comunicação​​ que mostrem “o mundo exterior” da realidade em que vivem.

Emirados Árabes

Os Emirados Árabes Unidos restringem as chamadas de voz e vídeo do WhatsApp para proteger as operadoras de telecomunicações locais. O país também possui leis rigorosas contra difamação e crítica ao governo, o que pode afetar os usuários do aplicativo​​.

Síria, Bahrein, Egito, Iraque, Marrocos e Omã

Esses países impõem algum tipo de restrição ao WhatsApp por razões variadas, mas geralmente relacionadas a preocupações políticas, de segurança ou de privacidade. A tecnologia de criptografia do WhatsApp é vista por alguns governos como uma ferramenta potencial para atividades criminosas ou para a disseminação de informações falsas​​​​.

Entendendo os motivos

A Meta já anunciou, através do diretor da plataforma, Will Cathcart, que não quebrará a criptografia de chats a pedido de nenhum governo, mesmo sofrendo pressão política e jurídica. A privacidade é considerada o maior pilar do WhatsApp.

No Reino Unido, por exemplo, o WhatsApp enfrenta pressões de autoridades e organizações, como a Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças (NSPCC), para quebrar sua criptografia de ponta a ponta. Essa medida é vista como crucial na luta contra o abuso sexual de crianças e adolescentes.

Desde 2016, o WhatsApp utiliza essa criptografia para garantir que apenas os participantes de uma conversa possam ler as mensagens trocadas. Contudo, essa segurança tem sido criticada por dificultar investigações, ao impedir a interceptação de conversas suspeitas sem acesso direto ao dispositivo.

Uma solução proposta é o escaneamento local de mensagens pelo próprio aplicativo, mas isso gera preocupações sobre erros em avaliações automatizadas e a violação da privacidade dos usuários.

Em resposta, Will Cathcart destaca que reduzir a segurança do aplicativo para atender às demandas de um país prejudicaria a maioria de seus usuários.

“Se tivéssemos que diminuir a segurança do WhatsApp para o mundo, para acomodar as demandas de um país, seria muito tolo aceitarmos, tornando nosso produto menos desejável para 98% de nossos usuários devido aos requisitos de 2%”, disse à BBC.

Atualmente, a criptografia de ponta a ponta é um padrão em aplicativos de mensagens como Telegram, Viber, iMessage e parte das mensagens do Instagram e Facebook, sendo fundamental para a discrição e privacidade nas comunicações digitais.

Fonte(s): Wio News / Ciber News / Euro News Imagem de Capa: Reprodução / Redes Sociais

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