Normalmente, os leites pasteurizados duram cerca de duas a três semanas antes de azedar e coalhar – algo que também é utilizado para a produção de certas sobremesas. No entanto, um novo processo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Purdue, nos EUA, promete prolongar por até 63 dias a vida dos leites sem a adição de químicos, segundo informações do Gizmodo.

A descoberta foi feita pelo pesquisador Bruce Applegate, juntamente com colegas da Universidade do Tennessee. Eles conseguiram aumentar a temperatura do leite em 10 graus em menos de um segundo. O processo, descrito na revista SpringerPlus, eliminou mais de 99% das bactérias deixadas para trás após a pasteurização inicial.

O leite que vem das vacas é normalmente embalado com microrganismos. Assim, para que esteja apto ao consumo humano, precisa ser pasteurizado para que uma quantidade significativa de patógenos prejudiciais sejam removidos; uma técnica foi desenvolvida no século 19, por Louis Pasteur. Logo, nos leites comercializados basicamente não há microrganismos e agora, o novo processo promete destruir a maior parte dos vestígios deixados, aumentando consideravelmente a data de validade do leite.

O processo consiste em colocar gotículas minúsculas de leite pasteurizado em uma câmara aquecida, pressurizando até que aumente rapidamente e diminua a temperatura dele até 10°C. Após isso, os pesquisadores verificaram que o leite, pré-carregado com Lactobacilos e Pseudomonas, apresentou níveis inferiores de bactérias. Uma parte interessante sobre este método é que ele já usa o calor necessário para pasteurizar o leite, por isso não é necessário que passe previamente pelo processo de pasteurização regular.

Com esse tratamento, você está tirando quase tudo”, disse Applegate. “Tudo o que sobrevive está em um nível tão baixo que levará muito mais tempo para que se multipliquem a um ponto que danifica a qualidade do leite”.

Até o momento, não foram encontradas diferenças entre o leite pasteurizado e o que passou pelo processo dos cientistas, incluindo aroma, sabor e cor. No entanto, os pesquisadores admitem que a técnica não é perfeita e que ainda estão lidando com alguma pequenas questões sobre contaminação. Logo, eles dizem que as experiências iniciais mostram uma promessa de algo que poderá ser útil e aumentado em uma escala industrial.

O processo em questão, chamado de câmara LTST, foi desenvolvido pela Millisecond Technologies, de Nova York. Agora, a empresa e os pesquisadores que desenvolveram o método pretendem lucrar com isso, mas precisam percorrer um longo caminho até que estejam aptos para propor algo que reduza o desperdício de alimentos. Até o momento, não há nenhuma informação de quando esse ‘super leite’ estará disponível nos supermercados.

[ Gizmodo / Springer Plus ] [ Fotos: Reprodução / Purdue Agriculture Communication photo/Tom Campbell ]

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