Mulher que teve útero removido quase morre após feto começar a crescer no “coto” que sobrou do órgão

de Merelyn Cerqueira 0

Uma mulher de 32 anos, da Etiópia, quase morreu após engravidar mesmo depois de passar por uma remoção de útero. Curiosamente, a histerectomia foi realizada seis anos antes da descoberta. É o terceiro caso já registrado no mundo.

A mulher procurou ajuda médica após verificar sintomas como dor abdominal, vômito, confusão mental, batimentos cardíacos e respiração acelerados e inchaço no abdômen. Os médicos logo perceberam que ela estava entrando em choque devido a uma perda de sangue massiva.

Após uma série de exames, eles encontraram um embrião, que não sobreviveu, crescendo por 13 semanas no que seria o “coto” do útero, isto é, o que sobrou da remoção feita há seis anos. Basicamente, o feto estava localizado no cervix uterino (colo uterino), uma porção inferior e mais estreita do órgão, que se une a porção final da vagina.

O caso, que foi registrado em julho de 2016 e somente reportado agora na revista médica Journal of Medical Case Reports, ocorreu no Felege Hiwot Referral Hospital, em Bahir Dar, Etiópia.

O estudo diz que a mulher sofria de uma gravidez ectópica, na qual o óvulo fertilizado “grudou” e começou a se desenvolver do lado de fora do útero.

Eventualmente, os tecidos que sustentavam o feto se romperam, fazendo com que cerca de 4,5 litros de sangue fosse jorrado para seu abdômen, o que levou ao choque.

De acordo com os pesquisadores do estudo, apenas 72 mulheres em todo o mundo engravidaram após uma histerectomia. Eles acreditam que este seja o terceiro caso de gravidez ectópica a ocorrer no colo uterino – e o primeiro desde 1968.


Enquanto um útero é o local típico da gestação, não é absolutamente necessário para a fertilização e implantação”, escreveram os médicos, liderados pelo Dr. Dawud Muhammed Ahmed.


A mulher, que não teve o nome divulgado para preservar sua imagem, não fazia uso de anticoncepcionais porque acreditava ser infértil, uma vez que já não tinha mais menstruação.

Além do útero, ela não tinha o ovário e a trompa de falópio do lado direito, que foram removidos na cirurgia há 6 anos, mas ainda existia o ovário do lado esquerdo, o que permitiu que tal fenômeno ocorresse.

Fonte: Daily Mail

Jornal Ciência