Fóssil de “cavalo” de 48 milhões de anos é descoberto dentro do útero da mãe

de Bruno Rizzato 0

Os mais restos antigos de um útero de mamífero foram encontrados. De 48 milhões de anos, um tipo de égua pré-histórica, foi achada com o seu potro ainda no ventre.

O corpo extraordinariamente bem preservado de uma espécie parecida com o cavalo moderno, conhecida como Eurohippus messelensis foi descoberto no Messel Pit, uma pedreira de xisto abandonada, em Darmstadt, na Alemanha. A análise da égua revelou que ela estava grávida quando morreu, mas, surpreendentemente, o feto – e alguns dos tecidos do útero e da placenta – permaneceu intacto ao longo tempo.

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Os pesquisadores foram capazes de reconstruir a posição original do feto, que ainda tinha quase todos os seus ossos conectados, apenas com o crânio esmagado. Eles dizem que a égua, provavelmente, morreu pouco antes de dar à luz, mas não acreditam que a morte esteja relacionada com o nascimento, e sim, a envenenamento após beber a água de um lago pré-histórico.

Os pesquisadores fizeram uma varredura com microscopia eletrônica e técnicas de radiografia de alta resolução para examinar os restos fossilizados. Eles dizem que o útero e a placenta se parecem muito com os das éguas modernas, sugerindo que as gestações de mamíferos mudaram pouco durante milhões de anos.

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Escrevendo na revista Public Library of Science One, o Dr. Jens Franzen, do Senckenberg Research Intitute de Frankfurt, na Alemanha, disse: “O exemplar que descrevemos aqui não é apenas o mais velho, como é também o feto mais bem preservado de um equídeo primitivo. Ele representa o registro fóssil mais antigo do útero de um mamífero placentário e corresponde perfeitamente com o de cavalos vivos. O esqueleto pós-craniano é praticamente completo e, em grande parte, articulado. Com isso podemos reconstruir a posição do feto e vimos que ela corresponde ao final da gestação de cavalos modernos”.

O espécime foi descoberto por uma equipe do Instituto de Pesquisa Senckenberg há quase 15 anos, mas apenas agora, com varreduras utilizando técnicas avançadas, conseguiram os resultados. O feto possuía cerca de 12,5 centímetros de comprimento e estava de cabeça para baixo, em vez de deitado do lado direito, como o habitual.

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O espécime foi bem preservado devido aos xistos betuminosos de Messel Grube, conhecido por seus fósseis intrincados. Bactérias substituíram o tecido mole dos animais, produzindo o que é conhecido como “sombras de pele”, auxiliando no reconhecimento do fóssil.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / 

Jornal Ciência