Gatos não são os culpados por doenças mentais, diz estudo

de Julia Moretto 0

Por muito tempo, cientistas acreditavam que parasitas comuns que habitavam os gatos podiam contaminar seres humanos. Mas um novo estudo, concluiu que os estereótipos relacionados a pessoas que têm diversos gatos, na verdade, são mitos.

 

O chamado Toxoplasma gondiié encontrado no organismo dos gatos. Embora os seres humanos sejam infectados – que pegam a partir do contato com as fezes do animal – nunca foi mostrada uma ligação entre o animal e as doenças mentais em seus proprietários.

 

Até 60 milhões de adultos nos EUA estão infectados com T. gondii, e embora possa muito raramente causar danos físicos, nunca houve qualquer prova experimental de que o parasita afete nosso funcionamento neurológico. No entanto, a associação estatística entre o gato e aflições psicológicas permaneceu como um mistério não resolvido.

 

Esta nova pesquisa, publicada na revista Psychological Medicine, analisou esta correlação. A equipe do University College London analisou a vida de 4.500 crianças desde o nascimento até o momento em que completaram 18 anos, levando em conta sua saúde mental e se a sua casa tinha gatos. 

 

Em última instância, não encontraram nenhuma correlação entre as doenças mentais e a posse do gato, levando em conta todos os fatores possíveis – antecedentes socioeconômicos, animais de estimação adicionais além dos gatos, número de membros da família, estado civil, gênero da criança, formação e etnia.

 

Estudos anteriores não conseguiram levar em conta muitas dessas outras variáveis. Além disso, ao contrário do estudo longitudinal da equipe – que repetidamente perguntou às crianças ao longo de suas vidas sobre sua saúde mental – outros estudos tendiam a entrevistar as pessoas apenas uma vez, pedindo para recordarem o estado mental de vários anos atrás. Estes dois fatores tendem a ter influenciado os resultados de estudos que pareciam mostrar que havia uma correlação entre os problemas mentais e a posse do gato.

 

As mulheres grávidas devem continuar a evitar manuseio da caixa de areia do gato, dada a possível exposição do T. gondii“, concluem os cientistas no estudo. Entretanto, seus dados “indicam fortemente que a posse do gato na gravidez ou na primeira infância não causa risco aumentado de experiências em adolescentes“.

[ IFL Science ] [ Fotos: Reprodução / Pixabay ]

Jornal Ciência