Conheça a “menina biônica” que quase não sente dores, come e dorme pouco

de Bruno Rizzato 0

Olivia Farnsworth é uma garota de 7 anos que quase não come, dorme pouco e não sente dor, deixando os médicos perplexos. Eles, inclusive, a apelidaram de “menina biônica” após ela ser atingida por um carro, arrastada pela rua, e apenas levantar-se e voltar para casa, sem chorar ou expressar dores.

A britânica, de Huddersfield, muitas vezes passa até três dias – e noites – sem dormir. De acordo com especialistas, ela não possui o cromossomo 6, podendo ser a única pessoa no mundo a ter os três sintomas simultâneos.

Segundo sua mãe, Niki Trepak, de 32 anos, a condição faz com sua filha não tenha “noção do perigo”. “Ela foi atropelada e arrastada pela rua por um carro e não reclamou. Eu estava gritando junto com os meus outros filhos, mas ela simplesmente levantou e estava tipo ‘o que está acontecendo? Ela apenas levantou-se e começou a caminhar para mim. Por conta do impacto, ela deveria ter tido lesões graves. Ela tinha apenas uma marca de pneu em seu peito”, disse ela.

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A mãe, que tem outros 4 filhos, disse que os sinais da condição de Olivia apareceram quando ela tinha apenas alguns meses. Ela nunca chorou como um bebê e parou de dormir durante o dia aos nove meses. A condição também atrapalhou o crescimento adequado de seu cabelo, até os quatro anos. “Ela não come direito, um tempo atrás eram apenas milk shakes. No momento é macarrão com frango”, disse Niki, afirmando que sua filha não sente fome. “Além de não ter fome, ela também já caiu e rasgou o lábio, mas não disse nada. Ela teve que passar por uma cirurgia plástica para corrigir isso”, relatou.

Agora, Olivia toma medicação para dormir e, na maior parte do tempo, é uma criança feliz. Porém, ela pode sofrer alterações de comportamento. “Às vezes ela começa a me bater e chutar, com explosões de raiva. Pode ser constrangedor em público”, relatou Niki. “É por isso que eu quero aumentar a consciência sobre os problemas da ausência do cromossomo 6. Para que olhem para Olivia e não vejam nada de errado com ela”, completou.

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A família tem recebido auxílio de um grupo de apoio de doenças que envolvem desordem cromossômica, chamado Unique. O chefe executivo da fundação, Dr. Beverly Searle, ex-biólogo, disse que Olivia é um caso único no mundo.

De 15.000 casos de transtorno cromossômico registrado em sua base mundial de dados, apenas 100 possuem a ausência do “6p”, como Olivia. “Pode não haver ninguém como ela no mundo. Você não pode tratar doenças cromossômicas, mas o que podemos fazer é aliviar os sintomas. Tentamos encontrar correspondências e fornecer informações para as famílias, o que pode ser ótimo para amizade e apoio local”, explicou ele.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail ]

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