Método indolor “livre de agulhas” promete te fazer perder o medo de ir ao dentista

de Merelyn Cerqueira 0

Medo de ir ao dentista? Então prepare-se porque essa notícia vai te fazer repensar sobre a questão.

Pesquisadores brasileiros da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram um método indolor de prolongar as anestesias que se mostrou muito eficaz em testes com animais.

O procedimento usa uma corrente elétrica indolor para prolongar a ação de um anestésico local. Mas calma, estamos falando de anestésicos em forma de hidrogel, pomada ou spray. Nada de agulhas. 

Este anestésico, geralmente é composto por lidocaína ou prilocaína, é usado para anestesias em agulha. No entanto, os pesquisadores resolveram investigar se esse método poderia ser melhorado, de forma que eliminasse a necessidade da agulha.

O que descobriram é que através do processo de iontoforese, técnica que age por meio de uma corrente elétrica de agentes ionizados, foram capazes de aumentar a eficácia do anestésico na boca de um porco.

A descoberta não só ajudará os menos corajosos, como também, em última análise, poderá reduzir os riscos de contaminação e infecção causados pelas agulhas, além dos custos relacionados ao seu descarte seguro. Segundo Renata Fonseca Vianna Lopez, autora do estudo, “isso pode facilitar o acesso a tratamentos dentários mais eficazes e seguros para milhares de pessoas no mundo inteiro”.

O trabalho da equipe, que foi publicado na revista Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, descreve um método muito simples. Primeiramente aplica-se um polímero ao anestésico em hidrogel, para mantê-lo firme como revestimento dos dentes, em seguida são adicionados mais dois anestésicos, o cloridrato de prilocaína (PCL) e cloridrato de lidocaína (LCL), para que a corrente elétrica possa ser aplicada. O resultado: um anestésico de ação rápida e duradoura.

O método já foi experimentado por pesquisadores da King’s College, em Londres, para ajudar no tratamento de cáries e os pesquisadores brasileiros estão otimistas.

Segundo Renata, esse novo sistema pode auxiliar a levar medicamentos para o organismo e ajudar no tratamento de doenças, como o câncer. Entretanto, o próximo passo é trabalhar para que testes possam ser realizados em humanos.

Fonte: Science Alert / Washington Post Foto: Reprodução / Wikipédia

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