Há pouco tempo, Bela Gil, nutricionista e apresentadora do canal GNT, causou furor nas redes sociais ao revelar que teria comido a placenta após o nascimento de seu bebê. E ela não foi a primeira a fazê-lo: uma série de celebridades, incluindo a socialite norte-americana Kim Kardashian, admitiu ter consumido o órgão.

O processo é conhecido como placentofagia, de acordo com a bióloga Priscila Rezeck, para o Diário de Biologia, e é mais comum entre os animais. Não há evidências de que a prática tenha existido entre nossos ancestrais, mas, atualmente, ela está se tornando cada vez mais popular entre as mulheres, com alegações de promover uma série de efeitos positivos. O consumo pode ser feito com a placenta cozida, em cápsulas ou até mesmo in natura.

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Em um estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Northwestern, em Chicago, nos EUA, pesquisadores analisaram um total de 10 pesquisas recentemente publicadas e disseram não ter encontrado quaisquer evidências de que a placentofalgia pudesse auxiliar em condições como depressão pós-parto ou na redução de dores. Nem mesmo que ajuda como fonte de energia, na amamentação, elasticidade da pele ou com o vínculo entre mãe e filho.

Há um consenso de que a decisão de ingerir ou não o órgão é apenas da mulher. Porém, especialistas afirmam que a escassez de estudos sobre a prática pode representar um risco para a saúde das mães e dos bebês.

O que se observa é apenas mais uma tendência promovida pela internet, baseada em relatos midiáticos de blogs ou sites de entretenimento. No entanto, são necessárias mais evidências científicas para que ela seja apoiada por médicos.

Um dos problemas observados pelos especialistas é que a maioria das mulheres não se atenta para os critérios de conservação antes de preparar o órgão para o consumo. Ainda, muitas delas estão comendo sem se preocupar sobre potenciais riscos para a saúde.

[ Diário de Biologia ] [ Foto: Reprodução / Diário de Biologia ]

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