Em Victoria, estado australiano, médicos estão alerta com a propagação de uma doença conhecida como Úlcera de Buruli, gerada por uma bactéria “comedora de carne”.
A Úlcera de Buruli ganhou as manchetes dos jornais após gerar proporções consideradas epidêmicas. Os casos aumentaram 400% nos últimos quatro anos.
Este tipo de úlcera é provocado pela bactéria Mycobacterium ulcerans, mais comumente encontrada em áreas tropicais, incluindo África Ocidental e Austrália.
Após infectar a pele, a bactéria libera constantemente toxinas e substâncias que degradam os tecidos, destruindo não só a pele como vasos sanguíneos, musculatura, e até mesmo o tecido de gordura.
Normalmente, a doença acomete os membros superiores e inferiores, mas pode ser identificada em qualquer parte do corpo, incluindo o rosto – onde leva à desfiguração facial.
Um recente artigo publicado na revista Medical Journey of Australia comenta que as políticas públicas precisam melhorar e questões urgentes devem ser implementadas para solucionar a evidente epidemia.
As autoridades afirmam que mais de R$ 4,78 milhões foram gastos em pesquisas para combater a doença, além de massiva publicidade para conscientizar as pessoas dos riscos.
O grande problema da Úlcera de Buruli é o difícil tratamento, onde pacientes precisam de 6 a 12 meses para total recuperação das úlceras. Em muitos casos, há indicação de cirurgias plásticas reparadoras.
Na África, onde o problema também existe, locais com grande umidade geram maiores riscos de transmissão, por serem ambientes ideias de proliferação da bactéria – em água parada.
A grande surpresa nos casos da Austrália se dá no fato de que os pacientes contraíram a doença na costa, local com águas em constante movimento pelas ondas.
Apesar de sintomaticamente parecida, a doença não tem conexão com a Leishmaniose.
Fonte: Jornal de Notícias Foto: Reprodução / Jornal de Notícias