Pesquisadores descobriram que o uso regular de medicamentos para combater a azia, como o omeprazol e esomeprazol por exemplo, está associado a um risco elevado de desenvolver diabetes tipo 2.
A descoberta, publicada na revista científica Gut, está levando os especialistas da Universidade Sun Yat-Sen, na China, a aconselharem que as pessoas que tomam esses remédios – por dois anos ou mais – façam exames regulares de glicose no sangue para rastreio da diabetes.
Esses medicamentos, também conhecidos com inibidores da bomba de prótons (IBP), atuam no tratamento de refluxos gástricos, úlceras estomacais e indigestão e estão entre os 10 medicamentos mais comumente usados em todo o mundo.
“O uso de longo prazo tem sido associado a um risco aumentado de fraturas ósseas, doença renal crônica, infecções intestinais e câncer de estômago”, afirmam os autores do estudo.
Em 2014, a prevalência global de diabetes tipo 2 era de 8,5%, e os pesquisadores queriam descobrir se o uso generalizado de medicamentos contra azia e a alta prevalência de diabetes, poderiam estar relacionados.
Eles se basearam nas informações fornecidas por 204.689 participantes (176.050 mulheres e 28.639 homens), com idades entre 25 e 75 anos.
Os participantes também foram questionados se haviam usado IBP regularmente nos dois anos anteriores: sendo o uso regular definido como duas ou mais vezes por semana.
Durante o período médio de monitoramento, que levou de 9 a 12 anos em todos os três grupos, 10.105 participantes foram diagnosticados com diabetes tipo 2.
Depois de levar em consideração os fatores potencialmente influenciadores, incluindo pressão alta, colesterol alto, sedentarismo e uso de outros medicamentos, aqueles que usavam medicamentos contra azia regularmente acima de dois anos tinham 24% mais probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 do que aqueles que não tomavam com frequência.
Uma análise posterior mostrou que o risco de diabetes entre usuários de medicamentos contra azia não foi afetado por sexo, idade, histórico familiar de diabetes, tabagismo, ingestão de álcool, dieta, atividade física, colesterol alto ou uso regular de anti-inflamatórios.
Mas, o risco foi maior entre os participantes que não estavam acima do peso ou que tinham pressão arterial normal.
Fonte(s): Daily Mail Foto(s): Reprodução / Times Global News