Técnica de “vaporização vaginal” é a nova febre entre as mulheres; o método promete curar e prevenir doenças

de Merelyn Cerqueira 0

Já ouviu falar em “sauna íntima”? Trata-se de uma prática de “ginecologia natural” que ficou conhecida após a atriz Gwyneth Paltrow se declarar adepta.

Basicamente, o método consiste em sentar-se em uma espécie de trono enquanto ervas aromáticas são fumegadas para dentro da vagina. A ideia é que o poder medicinal das ervas promova benefícios energéticos e físicos na região genital, de acordo com informações da bióloga Karlla Patrícia.

De acordo com a especialista em ginecologia natural, Bel Saíde, embora ainda não haja estudos que comprovem ou refutem a eficácia do método, ela afirma que ele de fato ajuda a amenizar inflamações, promove a limpeza uterina e ajuda em tratamentos para engravidar. No entanto, há algumas restrições para mulheres grávidas e que fazem uso de DIU.

As ervas mais recomendadas para o tratamento de vaporização vaginal são:

  • – Camomila: que ajuda a acalmar os tecidos vaginais e é ideal para infecções íntimas;
  • – Artemísia: auxilia o fluxo menstrual e alivia os sintomas da TPM;
  • – Alecrim: potencializa a circulação sanguínea na região genital, consequentemente aumentando a fertilidade.

Segundo Saíde, ainda não foram relatados problemas com a técnica e, portanto, dificilmente ela faria mal à saúde da mulher. No entanto, deve-se sempre prestar atenção ao uso de recipientes esterilizados e controle adequado de temperatura, para que não haja problemas de infecções ou queimaduras.

Embora a técnica esteja se tornando popular, a maioria dos médicos ainda é cética. Segundo o ginecologista Paulo Gallo, diretor-médico do Vida (Centro de Fertilidade da Rede D’Or), a sauna íntima é uma grande “bobagem” sem embasamento científico.

Ele argumenta ainda que o útero não precisa de limpeza, já que é capaz de se limpar sozinho mês a mês, quando se renova para receber um potencial embrião. Logo, quando não ocorre a fecundação, há a descamação do mesmo, que é vista por meio da menstruação.

Fonte: Diário de Biologia Foto: Reprodução / Diário de Biologia

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