Segundo os cientistas, podemos ter recebido nossa melhor chance de encontrar vida alienígena no espaço.
Um planeta rochoso a apenas quatro anos-luz de distância da Terra foi encontrado no espaço, perto o suficiente para que possa ser alcançado por futuras missões espaciais. Chamado de Proxima b, ele orbita a estrela Proxima Centauri, localizada “bem perto” do Sistema Solar.
Com 1,3 vezes o tamanho da Terra, acredita-se que ele tenha a temperatura adequada para abrigar a existência de água, um quesito fundamental para a manutenção de prováveis vidas como a conhecemos.
Especulações sobre a descoberta já haviam sido sugeridas na semana passada, pelo semanário alemão Der Spiegel. O jornal dizia que uma fonte anônima teria confirmado a descoberta. Agora, os astrônomos afirmaram ter evidências claras da existência do planeta em nossa estrela mais próxima e que até poderia ser considerado uma “segunda Terra”.
O grupo de pesquisadores fez as observações por meio de telescópicos do Observatório Europeu do Sul (ESO) durante este mês de agosto.
Anteriormente, milhares de exoplanetas haviam sido descobertos, mas, ao contrário dos outros, o Proxima b é o único que está relativamente ao nosso alcance. Enquanto quatro anos-luz ainda é considerada uma longa distância – mais de 40 trilhões de quilômetros e 15.000 anos de viagem se considerarmos nossa tecnologia atual – as futuras gerações de foguetes poderiam ser capazes de realizar viagens de exploração ou até mesmo colonizá-lo. Estima-se que nessas condições os futuros astronautas levarão cerca 20 anos para chegar lá, se viajando a uma velocidade de aproximadamente 60.000 km/s.
Contudo, deve-se considerar um possível obstáculo para a potencial existência de vida ali, e envolve a forma como ele ‘abraça’ sua estrela-mãe. Proxima b está a apenas 7,3 milhões de km da estrela, o que equivale a 5% da distância entre a Terra e o Sol, e leva apenas 11,2 dias para completar uma órbita.
A Proxima Centauri, descoberta em 1915, faz parte das três estrelas do sistema Alpha Centauri, que está localizada a apenas 4,2 anos-luz do nosso Sistema Solar. É uma anã vermelha que irradia muito menos calor do que o Sol e ocupa a ‘zona habitável’ (ou zona de Goldilocks), onde as temperaturas são amenas o suficiente para permitir a presença de água líquida na superfície.
Acredita-se que a temperatura da superfície de Proxima b poderia estar entre -90 graus Celsius e 30°C. Porque recebe potentes raios ultravioletas da estrela, qualquer vida que tenha surgido ali teria de ser evoluída o suficiente para suportar a radiação. Além disso, uma atmosfera potencialmente composta por elementos simples, como a água e dióxido de carbono – que são necessários para a formação de ciclos bioquímicos (ou vida) – poderiam estar presentes e interagindo entre si na superfície do planeta.
Os cientistas agora afirmaram que será necessário estudar muito mais desse sistema antes de começar a responder algumas das perguntas mais básicas. “No entanto, é um ótimo lugar para começar a olhar para a vida fora do nosso Sistema Solar e é uma descoberta muito emocionante”, disse o pesquisador Dr. Mikko Tuomi, do Centro para Pesquisa Astrofísica na Universidade de Hertfordshire.
A equipe de cientistas por trás da descoberta é chamada de Pale Red Dot, e inclui pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido; Queen Mary University of London, Instituto de Astrofísica da Andaluzia em Granada, na Espanha; Universidade de Göttingen, na Alemanha, entre outras.
As próximas informações sobre as condições ambientais de Proxima b serão fornecidas em breve, de acordo com os pesquisadores. Agora que foi detectado, haverá maiores oportunidades de observações e acompanhamento. Contudo, questões sobre a detecção de potenciais vidas alienígenas só poderão ser respondidas nas próximas décadas.
[ Daily Mail ] [ Fotos: Divulgação / Daily Mail ]