Estudante fica à beira da morte após uma tênia invadir seu cérebro

de Bruno Rizzato 0

Ao sentir uma dor de cabeça terrível, Luis Ortiz pensou ser apenas mais uma vítima de enxaqueca ou insolação. Mas, um dia depois, a dor se intensificou. Quando o estudante de 26 anos começou a sentir-se desorientado e a vomitar, sua mãe o levou às pressas para o hospital. Lá, os médicos do Queen of the Valley Medical Center, em Napa, nos EUA, descobriram que uma solitária estava dentro de seu cérebro.

Já em coma, alguns exames realizados revelaram a tênia, e os médicos inseriram um dreno para aliviar um pouco da pressão que tinha sido provocada por ela. De acordo com o Dr. Soren Singel, que tratou Ortiz, o paciente teve sorte de chegar ao hospital a tempo.

A tênia havia formado um quisto que estava bloqueando o fluxo de água para partes específicas do cérebro. O efeito foi semelhante a uma “rolha numa garrafa”, disse Dr. Singel. Segundo o médico, se ele esperasse mais meia hora para ir ao hospital, teria morrido.

Eu simplesmente não podia acreditar que algo assim iria acontecer comigo. Eu não sabia que havia um parasita na minha cabeça tentando arruinar minha vida”, disse Ortiz à imprensa local.

O Dr. Singel disse que não é incomum tratar pessoas infectadas por vermes. No entanto, na maioria dos casos, os vermes não representam um risco tão grande chegando ao cérebro. Usando um endoscópio, Dr. Singel e sua equipe fizeram um buraco no crânio do rapaz, perto de sua sobrancelha. “Nós dirigimos a câmera no centro do cérebro e pescamos o cisto”, relatou. Ele acrescentou que o verme ainda estava se contorcendo quando foi retirado da cabeça de Ortiz.

As tênias são vermes achatados que vivem nos intestinos de alguns animais que se infectam após beber água ou ingerir alimentos contaminados. Geralmente, abrigam-se no intestino de seres humanos quando as pessoas comem carne pouco cozida de animais infectados.

Tipicamente, os vermes mais susceptíveis de infectar os seres humanos são provenientes de porcos e peixes. Também é possível contrair vermes de alimentos preparados por uma pessoa infectada. As tênias também podem ser passadas através da pouca higiene após usar o banheiro ​​de humano para humano, se uma pessoa não lavar as mãos corretamente.

Quando a tênia do porco atinge o sistema nervoso, a condição é chamada de Neurocisticercose. Segundo informações do Neurocenter BH, em Minas Gerais, quando o embrião atinge o cérebro, em 2 meses pode se transformar em cisticerco, uma vesícula contendo um escólex que causa reação ao organismo. Porém, o parasita pode inibir as reações imunológicas do hospedeiro e morre de forma espontânea entre 2 e 5 anos. Quando ele entra em degeneração, ocorre uma reação inflamatória e um edema (inchaço) no cérebro. Nessa fase, o cisticerco morto pode se calcificar gradualmente, provavelmente permanecendo para sempre no parênquima cerebral.

Ortiz, por conta da condição debilitante em seu cérebro e o procedimento cirúrgico, foi forçado a abandonar a faculdade e a voltar para casa para se recuperar. Ele ainda luta para recuperar toda sua memória, mas é grato por estar vivo. “Eu tive muita sorte”, finalizou ele.

[ Daily Mail / Neurocenter ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail ]

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