Cientistas estão prestes a transformar o CO2 da atmosfera em combustível

de Merelyn Cerqueira 0

Quando falamos em soluções para combater o efeito estufa no planeta, a maioria das estratégias envolvem formas de lançar menos dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

 

Isso pode acontecer pela nossa mudança de postura em relação à dependência de energia fóssil e a redução do nosso impacto no meio ambiente, ambos feitos através de processos energéticos mais limpos.

 

Agora, no entanto, os cientistas estão olhando para outra possibilidade, que envolve a captura e armazenamento de carbono. Esse método sugere o uso de uma tecnologia relativamente nova, que evolve “sugar” o CO2 da atmosfera. E a primeira planta piloto comercial para captura de carbono foi programada para começar a ser usada ainda esse ano. Ela pertence à empresa suíça Climeworks, e está baseada em uma instalação próxima de Zurique.

 

Mais precisamente, ela deverá entrar em funcionamento entre setembro ou outubro e não só será capaz de filtrar o CO2 da atmosfera, como também irá redirecionar esse acúmulo a um produto comercializável. A empresa sugere que ele seja vendido a terceiros, para que seja utilizado em processos agrícolas, como no cultivo de hortaliças, por exemplo.

 

O processo usado pela Climeworks é chamado de captura direta de ar, em que os módulos coletores “sugam” esse ar através de filtros de esponja, tratadas com produtos químicos derivados da amônia. Esse filtro se liga ao CO2 gasoso, que, então, pode ser liberado por meio de aquecimento.

 

A empresa espera extrair entre 2 e 3 toneladas de dióxido de carbono da atmosfera diariamente. Apesar de soar elevada, essa quantia corresponde apenas a emissão de 200 carros por ano (900 toneladas). Sendo assim, conforme dito pela Science Alert, trata-se apenas de “uma gota no oceano”, em comparação às 40 bilhões de toneladas remanescentes. Isto significa, que a estratégia da Climeworks só terá impacto se aplicada em escala global.

 

Contudo, o fato de que esse COpoder ser comercializado, por cerca de 600 dólares (cerca de 1800 reais) a tonelada, faz com que até mesmo os críticos pensem nesse projeto como uma forma esperançosa de combater as mudanças climáticas.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

Jornal Ciência