Os pesquisadores transformaram dióxido de carbono (CO2) em rocha sólida através da injeção de basalto vulcânico com CO2, e deixando que reações químicas naturais acontecessem. A técnica, que leva dois anos para ocorrer, oferece aos cientistas outra opção para capturar e armazenar o excesso de CO2 emitido pelos seres humanos na atmosfera.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe do Departamento da Energia do Pacific Northwest National Laboratory dos Estados Unidos (PNNL), e se baseia em uma experiência semelhante feita na Islândia, que dissolveu CO2 em água e injetou a mistura em uma formação de basalto.

A equipe já havia demonstrado que as reações químicas poderiam acontecer no laboratório, mas até agora, não se sabe quanto tempo elas levariam em um ambiente real. Agora sabemos que este processo de captura mineral pode ocorrer muito rapidamente, torna-se seguro armazenar CO2 nessas formações“, diz o pesquisador Pete McGrail. “Sabemos agora que em um curto período de tempo, o CO2 ficará permanentemente preso“, completou.

Em seu estudo de campo, os pesquisadores injetaram o dióxido de carbono líquido em lava endurecida a cerca de 900 metros abaixo da superfície, perto da cidade de Wallula, no estado de Washington. Nessa profundidade, minerais, incluindo cálcio, ferro e magnésio formam o basalto. Estes minerais ficam instáveis e, em seguida, se dissolvem nas condições ácidas criadas pelo CO2.

Os minerais dissolvidos reagem com o dióxido de carbono para formar carbonato de ankerita – material semelhante à pedra calcária – e se misturam com o basalto. Os cientistas estão trabalhando para tornar o processo mais rápido e mais eficiente, porém as estimativas são de que as reações possam levar milhares de anos.

Basalto é encontrado em todo o mundo, incluindo América do Norte e Islândia. Essa é uma das razões pelas quais a técnica poderia ser uma forma eficaz de lidar com o excesso de CO2. Mas antes de se animar com a possibilidade, ainda existem alguns problemas a resolver. Capturar carbono permanece relativamente caro, e os cientistas não têm certeza de como essas experiências poder ser ampliadas. Além disso, é preciso medir com precisão a capacidade de armazenamento que o basalto realmente oferece.

Os cientistas descobriram recentemente que os cálculos de outro método de armazenamento de carbono – a capacidade natural do solo para absorver e armazenar CO2 – havia sido superestimado em até 40 por cento. É necessário mais testes antes de estabelecer as preocupações relacionadas ao carbono. Porém, algumas características já são consideradas pelos cientistas. “O CO2 não pode vazar, não há lugar para ele ir, ele está de volta à rocha sólida“, explica McGrail. “Não existe um mecanismo de armazenamento mais seguro ou permanente“.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

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