Cientistas anunciam plano ambicioso para congelar o Ártico novamente

de Merelyn Cerqueira 0



Considerando que “situações extremas exigem medidas extremas”, cientistas sugeriram um plano ambicioso para corrigir o degelo do Ártico, segundo informações da Science Alert.



 

Com as temperaturas do Polo Norte atingindo inéditos os 20° C mais quentes que a média do ano passado, pode-se dizer que a situação na região está inegavelmente insustentável. No entanto, ao invés de apenas assistir às consequências da ação humana no planeta, à medida que o gelo da região desaparece a um ritmo surpreendente, cientistas sugeriram um plano para “congelar novamente” o Ártico.  A ideia basicamente fala sobre a instalação de bombas eólicas ao longo das calotas, que borrifariam a água do mar sobre a superfície e reabasteceria o gelo.

 

De acordo com Steven Desch, líder do estudo e físico da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, a única estratégia do momento é dizer às pessoas que parem de usar combustíveis fósseis. “É uma boa ideia, mas vamos precisar de muito mais do que isso para impedir que o gelo do Ártico desapareça”, disse em entrevista ao The Guardian.

 

O estudo, delineado em Earth’s Future, fala sobre os planos da equipe que planeja adicionar cerca de 10 milhões de bombas eólicas que ajudariam a proteger a região contra os constantes aumentos de temperatura. A noção dos pesquisadores é que as bombas engrossem as camadas de gelo a partir do congelamento da água do mar Ártico. A equipe prevê que o bombeamento dessa água retirada de 1,3 metro da superfície resultará em um metro de gelo mais espesso.

 



Vale ressaltar que metade do gelo do mar Ártico atualmente tem uma espessura média anual de apenas 1,5 metro”, relataram os pesquisadores. “A adição de um metro no decurso de um inverno é uma alteração significativa”. A ação, segundo eles, será como voltar no tempo e corrigir até 17 anos de degelo. Sobre as bombas necessárias para o projeto, os pesquisadores sugeriram números astronômicos. A área do Oceano Ártico é de cerca de mais de 14 milhões quilômetros quadrados”, disse Desch. “Se as bombas eólicas forem distribuídas em 10% dessa área, serão necessárias cerca de 10 milhões de bombas eólicas, enquanto que se foram distribuídas ao longo de todo o ártico, cerca de 100 milhões seriam necessários”.

 

Ainda, para construir essa imensa frota de bombas eólicas, seriam necessários cerca de 10 milhões de toneladas de aço por ano. O projeto tem um preço estimado de cerca de 500 bilhões de dólares, o que significa que governos ao redor do mundo teriam de se comprometer em fornecer fundos. 



 

Conforme a região, que está aquecendo mais rapidamente do que qualquer outro lugar do planeta, sofre com os efeitos da ação humana, os esforços políticos feitos até agora para reduzir as emissões de CO2 provaram-se ineficazes. Logo, estamos arriscando perder muito mais gelo do Ártico no verão nas próximas décadas. As consequências para isso serão severas, e incluem além do aumento dos níveis oceânicos, a extinção de espécies como ursos polares e peixes endêmicos.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ] 



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