“Mini buracos negros” emitem energia capaz de abastecer toda a Terra, afirma Stephen Hawking

de Bruno Rizzato 0

O astrofísico Stephen Hawking já propôs inúmeras, complexas e fascinantes teorias sobre buracos negros. Em sua mais recente, ele afirma que os chamados “mini buracos negros” – cuja massa aproximada é a de uma montanha, para comparação – emitem raios-x e raios gama a uma taxa de cerca de 10 milhões de megawatts. Isso seria suficiente para abastecer todo o fornecimento de energia elétrica do mundo. Porém, para isso, seria preciso encontrar um buraco negro bem pequeno, para que sua energia seja aproveitada e ele não destrua nosso planeta. 

Os comentários foram feitos por Stephen Hawking em uma palestra na BBC Radio 4, da Inglaterra. Ele explicou que, na presença de um buraco negro, uma das partículas de um par virtual pode cair no buraco, deixando a outra sem um parceiro. A partícula ou antipartícula abandonada poderia, ou também cair no buraco negro, ou escapar, fazendo com que ela apareça como radiação.

O físico descobriu anteriormente que um buraco negro cria e emite partículas e radiação, a uma temperatura relacionada à gravidade na superfície, e inversamente proporcional a sua massa. Por exemplo, um buraco negro com a massa do Sol, iria liberar partículas a uma velocidade lenta, tornando impossível sua detecção. Mas mini buracos negros muito menores, com a massa de uma montanha, poderiam ser detectados.

Um buraco negro do tamanho de uma montanha liberaria raios-x e raios gama a uma taxa de cerca de 10 milhões de megawatts, ou seja, energia suficiente para o fornecimento de energia elétrica do mundo. Não seria fácil, no entanto, aproveitar um mini buraco negro. Você não poderia mantê-lo em uma estação de energia, porque ele acabaria colidindo ao centro da Terra. Se tivéssemos um buraco negro, a única maneira de mantê-lo estável seria deixando-o em órbita ao redor da Terra”, explicou o professor Hawking.

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Segundo ele, apenas neste ano a busca por mini buracos negros foi iniciada, sem sucesso. “É uma pena, porque se eles tivessem conseguido, eu ganharia um Prêmio Nobel”, brincou o astrofísico. Em vez disso, ele propõe que seja possível que micro buracos negros sejam criados nas dimensões além do espaço-tempo. “De acordo com algumas teorias, o nosso Universo é apenas uma superfície de quatro dimensões em um espaço dimensional de dez ou onze anos. Nós não veríamos essas dimensões extras porque a luz não se propaga através delas, e sim, através apenas das quatro dimensões de nosso Universo. A gravidade, no entanto, afetaria as dimensões adicionais e seria muito mais forte do que em nosso Universo. Isso tornaria muito mais fácil a formação de um pequeno buraco negro nas dimensões extras”, completou.

O físico, hoje com 74 anos, expandiu esta teoria em um artigo científico publicado recentemente, e disse que a resposta está nas partículas de energia zero, localizadas no horizonte de eventos do buraco negro. Ele desafiou a suposição de que objetos maciços sugados são perdidos para sempre. O físico teórico afirmou ter descoberto um mecanismo “pelo qual a informação é devolvida para fora do buraco negro”.

Ele afirma que as partículas do horizonte de eventos seriam constituídas de fótons e grávitons, que são partículas subatômicas de energia da luz e energia gravitacional. Estas partículas de energia quântica muito baixa ou nula, depositadas na borda do buraco negro, poderiam capturar e armazenar informações soltas das partículas que caem no buraco negro. Isso significa que enquanto as partículas que caem no buraco negro podem ter ido embora, a informação contida nelas continua depositada em uma espécie de “cabelo macio” de partículas quânticas na superfície do buraco negro. De acordo com a teoria do holograma, estas partículas são “pixels” localizados no holograma que armazena a informação.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / YouTube / Publicdomainpictures ]

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