Nova embalagem antibacteriana pode dobrar o tempo de duração de alimentos perecíveis

de Bruno Rizzato 0

Cobrir os alimentos que sobram com filme plástico é uma boa maneira de mantê-los frescos por mais tempo, mas esses filmes podem ser bastante limitados, principalmente por apenas evitarem a deterioração pelo oxigênio.

Mas um novo tipo de embalagem natural, derivada da casca de camarão e outros crustáceos, poderia ir muito além do potencial de preservação atual. Os pesquisadores passaram três anos desenvolvendo o novo material, que dizem poder dobrar a duração dos alimentos perecíveis, como pães.

O principal constituinte da nova embalagem é a quitosana, um polímero sintetizado a partir do exoesqueleto de crustáceos. De acordo com a equipe da Universidade Nacional de Cingapura, a quitosana é um material ideal para uso em aplicações de tecnologia de alimentos, pois é biodegradável e possui uma excelente capacidade de formação de película. O polímero também é não-tóxico e uma alternativa ideal aos vários materiais sintéticos e prejudiciais presentes no filme plástico convencional.

A quitosana também tem propriedades antimicrobianas e antifúngicas, e os pesquisadores têm fortalecido o polímero com extrato de semente de uva (GFSE), que é antioxidante e possui propriedades antissépticas, antibacterianas e fungicidas. O composto resultante é comparável em força e flexibilidade com as embalagens de alimentos regulares, mas a sua composição molecular significa que ele também pode prevenir o crescimento de fungos e bactérias nos alimentos embalados.

A atenção sobre o desenvolvimento de material de embalagem de alimentos com propriedades antimicrobianas e antifúngicas foi aumentada, a fim de melhorar a segurança alimentar, estender o prazo de validade e minimizar o uso de conservantes químicos. Os consumidores também estão exigindo que os materiais de embalagem sejam formulados a partir de materiais naturais ecológicos e biodegradáveis, melhorando simultaneamente a conservação de alimentos”, disse o engenheiro mecânico Thian Eng San.

Deve-se ressaltar que as reivindicações ainda não foram cientificamente revisadas, mas a equipe diz em seu teste inicial que o prazo de validade das amostras de pão embaladas com as películas foi duas vezes aumentado, em comparação aos filmes plásticos tradicionais. O próximo passo é a realização de pesquisa adicional para examinar melhor a extensão do crescimento microbiano em produtos perecíveis envolvidos no filme. Eles também pretendem melhorar o composto, com objetivo de comercializá-lo como um material de embalagem usual, embora as vantagens possam ir muito além de apenas lucrar com sua criação.

Estender o prazo de validade dos produtos alimentares também significa reduzir o desperdício de alimentos, e, como resultado, reduzir a taxa de perda global de alimentos. Isso vai trazer benefícios ambientais e econômicos”, disse Tan Yi Min, um dos pesquisadores.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]

Jornal Ciência