Antigos lagos rasos encontrados em Marte podem ter abrigado vida, diz estudo

de Rafael Fernandes 0

Cientistas do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, Arizona, estão estudando uma região de Marte perto de um platô vulcânico maciço.

Águas subterrâneas movendo-se sob uma zona de enorme fenda tectônica ajudaram a esculpir algumas das bacias mais profundas do Planeta Marte. Agora, um novo estudo afirma que essas bacias podem ter sido habitáveis, sugerindo que já existiu vida no planeta vermelho.

As bacias podem ter sido alternadamente cobertas de lava e água ao longo de centenas de milhões de anos. Cientistas dizem que elas poderiam ter criado condições ideais de temperatura, pressão da água e nutrientes a vida. O estudo afirma que lagos enormes podem ter se formado nessas bacias, cobertos de lava.

“As faixas de temperatura, presença de água líquida e disponibilidade de nutrientes, que caracterizam ambientes habitáveis ​​no Planeta Terra, têm maiores chances de formar em Marte, áreas de água de longa duração e processos vulcânicos”, disse o autor Alexis Palmero Rodriguez. Depósitos e características dos antigos lagos de sal são importantes “quando se olha para as áreas habitáveis ​​no passado de Marte”, acrescentou.

A detecção de lagos é um desafio particularmente importante. Porque, sob a atmosfera fina e frígida do planeta, a água teria se comportado de forma diferente do que na Terra, disse ele.

“Nesta pesquisa, propomos uma região tibetana, onde altos lagos de montanhas mostram conjuntos exclusivos de formações que podem explicar algumas características do interior da bacia na região estudada em Marte.”

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Conforme a pesquisa realizada no ano passado, que sugeriu haver vida fossilizada em Marte, ela poderia ser encontrada em pedras minadas no fundo de crateras marcianas. A descoberta foi feita em vestígios da opala encontrados em um meteorito marciano.

Os investigadores descobriram a opala em uma fração de 1,7 gramas do meteorito marciano conhecido como Nakhla, que foi fornecido pelo Museu de História Natural de Londres. O Nakhla foi nomeado em homenagem à cidade no Egito onde caiu em 1911, milhões de anos depois de ter sido explodido da superfície de Marte por um impacto maciço de origem desconhecida.

Opala é um achado intrigante, não só porque pode preservar fósseis, mas também porque se forma em torno fontes termais, onde a vida microbiana prospera. A equipe da Universidade de Glasgow identificou vestígios da gema conhecida na Terra como “opala-de-fogo”, devido à sua reluzente composição de cores – laranja, amarelo e vermelho. Usando um poderoso microscópio de elétrons, a equipe encontrou traços muito pequenos da pedra preciosa na rocha, criada pela interação de água marciana com sílica dentro do meteorito.

“A fatia de Nakhla que possuímos é pequena, e a quantidade de opala-de-fogo que encontramos é ainda menor. Todavia, nossa descoberta da pedra é significativa por várias razões”, disse o autor principal, professor Martin Lee. “Em primeiro lugar, ela confirma definitivamente os achados nas imagens e explorações da Nasa na superfície marciana, que pareceram mostrar depósitos de opala. É a primeira vez que foi mostrado um pedaço de Marte contendo opala”.

“Em segundo lugar, sabemos que, no Planeta Terra, opalas como esta são, muitas vezes, formadas em torno de nascentes de água termal. A vida microbiana prospera nessas condições, e a opala pode prender e preservar (fossilizar) esses micróbios durante milhões de anos. Se micróbios marcianos existiram, é possível que eles também possam ser conservados em opala fossilizada, na superfície de Marte”.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Nasa ]

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