Prefeito de cidade no RS liga para médico que faltou em plantão de posto de saúde e vídeo viraliza

de Merelyn Cerqueira 0

Na última quinta-feira (2), Daniel Guerra, prefeito de Caxias do Sul, no RS, fez uma visita surpresa a uma das UBS (Unidade Básica de Saúde) da cidade e descobriu que um dos médicos, que seria responsável por 16 atendimentos agendados naquele dia, não havia comparecido ao trabalho.

 

Do local, ele ligou para o funcionário público cobrando uma explicação. O evento foi registrado em um vídeo que viralizou na internet. Você poderia me dizer qual é o motivo de sua ausência aqui na UBS?”, questiona ele na ligação. “É seu dia de plantão. Tem 16 pacientes na sua agenda e o senhor não está aqui atendendo”. “Seu salário está em dia”, continuou. “Então, que cumpra seu papel de servidor. Gostaria que o senhor ponderasse, em respeito à população”.

 

O vídeo foi publicado na página do Facebook da prefeitura da cidade e em menos de 24 horas já acumulava mais de 300 mil visualizações. De acordo com a imprensa local, a ausência do médico ocorreu devido a uma paralisação organizada pelo Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul. Os profissionais não estariam de acordo com a decisão da prefeitura de que todos deveriam bater ponto eletrônico a partir do dia 1º de março para comprovar o cumprimento da carga horária contratada. A maioria dos médicos aderiu à greve.

 

De acordo com presidente do sindicato, Marlonei dos Santos, em entrevista à Folha de S. Paulo, desde 1998 havia um acordo entre ambas as partes de que seriam atendidos apenas 18 pacientes por dia, de modo que os médicos entrariam às 8 horas da manhã, cumpririam o combinado e depois se retirariam.No entanto, considerando que cada consulta durava cerca de cinco minutos, em muitas das ocasiões, os profissionais chegavam a trabalhar apenas quatro horas por dia sem sofrer nenhuma redução no salário.

 

Observando o fenômeno, a Prefeitura avisou que instalaria pontos eletrônicos, mas ofereceu a possibilidade – aos que não estavam interessados – de batê-lo com uma redução de carga horária e, consequentemente, de salário. Contudo, os médicos rejeitaram a proposta.

[ Folha ] [ Fotos: Reprodução / Folha ]

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