Em experiências realizadas em ratos, cientistas descobriam como fazer as fibras nervosas se repararem. Eles identificaram um gene, chamado Cacna2d2, que inibe o crescimento de novas, quando as conexões nervosas se tornam danificadas, atuando como uma espécie de “freio molecular”.
Agora que os cientistas sabem como modificá-lo, poderão fornecer informações para novos tratamentos de doenças como a Paralisia e da medula espinhal, segundo a Science Alert.
A equipe, do Centro Alemão de Doenças Regenerativas (DZNE), iniciou a pesquisa a partir da hipótese de que o freio molecular poderia ocorrer naturalmente – como quando nos tornamos adultos – com corpos completamente formados – e os neurônios param de crescer. Porém, encontrar um mecanismo deste tipo, de acordo com o pesquisador Frank Bradke, “era como encontrar uma agulha no palheiro”.
Assim, a partir de uma abordagem chamada de Bioinformática, em que computadores são usados para análise e interpretação biológica, a equipe conseguiu encontrar um candidato promissor ao gene que estava procurando.
Conhecido como Cacna2d2, ele desempenha um papel importante na função da sinapse, fazendo a ponte final entre as células nervosas, de acordo com Bradke. Ainda, o gene atua como modelo para uma proteína específica que regula o fluxo de partículas ricas em cálcio dentro de células. Os níveis de cálcio, por outro lado, afetam a liberação de neurotransmissores que agem como mensageiros e viajam através das sinapses. No entanto, o mesmo mecanismo parece inibir as pontes de ligações entre neurônios – os chamados axônios – de crescer.
Assim, para testar se o gene estava agindo como tal, os cientistas administraram um medicamento chamado pregabalina (PGB) em ratos com lesões na medula espinhal. A droga é conhecida por ter efeitos nas ligações de cálcio, e, muitas das vezes, consegue aliviar a dor dos nervos danificados e ajudar em tratamentos de epilepsia. Porém, ao administrar a PGB nos roedores, eles observaram o crescimento de novas conexões nervosas.
Em experimentos passados, a equipe descobriu que certos medicamentos usados no tratamento de câncer também poderiam ter efeitos restauradores sobre as células nervosas, limitando o crescimento de tecido cicatricial. O novo método, que consiste na restauração de neurônios danificados a fim de reestabelecer conexões, é um grande passo para ajudar na reversão de danos da medula espinhal. Até o momento, as experiências em ratos foram bem-sucedidas, porém, não há garantias de que funcionará tão bem em seres humanos. Contudo, a longo prazo, os resultados, publicados na revista Neuron, poderão levar a novas abordagens de tratamentos, segundo Bradke.
[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Science Alert ]