Pastor cristão descobre diamante gigante de 706 quilates em Serra Leoa

de Julia Moretto 0

Um pastor cristão que trabalha em uma mina de Serra Leoa encontrou um diamante de 706 quilates que poderia ser o décimo maior já visto. 

A pedra preciosa foi encontrada por Emmanuel Momoh, que estava trabalhando na região de Kono, leste do país. Ele será vendido em Serra Leoa em um processo de licitação “transparente” para beneficiar o país, de acordo com uma declaração do governo. Ao receber o diamante, o presidente Koroma agradeceu ao líder e ao seu povo por não terem contrabandeado a pedra para fora do país.

O especialista em diamantes Paul Zimnisky disse que a pedra poderia estar “entre o 10º e o 15º maiores diamantes já recuperados” e que o achado é muito raro em uma pequena mina. “As mais recentes descobertas de diamantes excepcionais foram feitas por grandes mineradoras comerciais que minam volumes muito grandes e processam com equipamentos avançados”, disse ele.

“A mineração artesanal tende a produzir diamantes menores e de menor qualidade porque provoca ruptura e erosão”, completou. Zimnisky disse que a pedra provavelmente seria vendida fora de Serra Leoa, apesar da afirmação do governo, para um melhor acesso a compradores. 

Sem uma  avaliação profissional, é impossível avaliar a pedra. No entanto, para fins de comparação, um corte polido do Jonker, 10 º maior diamante já recuperado, com 726 quilates, estará à venda em Hong Kong em maio.

Uma parcela única de 25 quilates pode ser vendida por entre US$ 2,2 milhões (cerca de R$ 6,7 milhões) e US$ 3,6 milhões (cerca de R$ 11 milhões), ou de US$ 88.000 (cerca de R$ 270.000) a US$ 144.000 (cerca de R$ 440.640) por um único quilate, disse Zimnisky. Um diamante de 1.111 quilates foi descoberto em uma mina no Botswana em 2015, o maior achado há mais de um século.

Essa joia é a segunda maior, perdendo apenas para o diamante Cullinan que foi descoberto na África do Sul em 1905, com 3.106 quilates sem cortes, de acordo com o Museu do Diamante da Cidade do Cabo. 

Historicamente, Serra Leoa teve um papel polêmico na indústria de diamantes. A venda de diamantes de sangue ajudou a financiar guerras civis em toda a África na década de 1990 e muitas vezes financiou ditaduras militares do continente que a London Diamond Bourse estima fornecer 65% dos diamantes do mundo.

Os rebeldes permitiram que os comerciantes explorassem as minas de diamantes e enviassem as gemas para o exterior através da Libéria. 

Em um dos casos mais notórios, o ex-líder liberiano da guerra, Charles Taylor, foi considerado culpado ao apoiar os rebeldes em troca de diamantes conseguidos por trabalho escravo. 

O distrito onde o diamante de 706 quilates foi descoberto é onde o belga Michel Desaedeleer, acusado de escravizar habitantes e traficar de diamantes durante a guerra civil na Serra Leoa, teria cometido seus crimes.

Ele morreu na prisão em setembro, antes de poder ser julgado. O número de mortos da guerra civil na Serra Leoa é estimado em 120.000. O país tem uma população de cerca de seis milhões de pessoas, tornando-se um dos mais mortíferos conflitos da África na história recente. 

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail

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