O dia que 80 pessoas formaram corrente humana para salvar família se afogando no mar

de Merelyn Cerqueira 0

Todos os dias somos bombardeados com notícias que mostram o pior da humanidade, fazendo com que situações de esperança se apresentem com menos frequência. Uma dessas situações ocorreu em Panama City, uma praia da Flórida (EUA), e envolveu nada menos do que 80 pessoas que uniram forças para salvar uma família.

Roberta Ursrey, seu marido, dois filhos, mãe e sobrinhos, estavam curtindo o dia na praia, durante um ensolarado sábado do dia 8 de julho de 2017. Ursrey deixou a água, e acreditou que seus filhos, Noah, 11, e Stephen, 8, estavam atrás nadando para sair. Porém, ela logo percebeu que os filhos estavam cada vez mais longe da costa e entrou em desespero.

Os garotos haviam sido levados pela força das correntes enquanto praticavam bodyboard em suas pranchas. Ouvindo o grito dos filhos a mãe entrou novamente na água, apesar das advertências de banhistas e do seu próprio medo. Vendo a cena, seus familiares também entraram na água em busca das crianças.

A força das correntes acabou levando-os ainda mais para dentro do oceano. Ao total, 10 pessoas ficaram presas na situação, quatro adultos e duas crianças da mesma família, e mais quatro banhistas que também entraram para tentar ajudar. 

“Eu sinceramente pensei que ia perder minha família naquele dia”, admitiu Ursrey, de 34 anos. “Foi tipo: Meu Deus, é assim que eu vou morrer!”.

O cenário de tragédia só começou a mudar quando Jessica e Derek Simmons, que estavam andando na borda da praia no momento do incidente, notaram as pessoas olhando em uma direção. 

“Eu pensei que eles estavam vendo um tubarão”, disse Simmons. “Corri de volta para a praia com meu marido em direção a multidão. Foi quando eu percebi que alguém estava se afogando

Jessica saltou em uma prancha, enquanto o marido começou gritar para juntar pessoas para formar uma corrente humana. A formação se estendeu por 90 metros, com cerca de 80 pessoas que sabiam nadar muito bem, segurando uma o braço da outra – uma cena emocionante de empatia e amor ao próximo.

Jessica ajudou a resgatar primeiro as crianças, que foram passadas pela corrente humana até chegarem a areia. No momento em que Simmons chegou em Roberta, a mãe das crianças, ela mal conseguia manter a cabeça acima da água. Demorou cerca de uma hora para todas as 10 pessoas serem resgatadas.

A avó da família, Barbara Franz, 67 anos, foi a última a sair da água. Ela havia dito a seu genro e sobrinhos para deixá-la morrer. “Foi quando a corrente humana ficou maior”, disse Roberta. “Eles juntaram pulsos, pernas, braços. Quem estava lá estava ajudando a salvar minha mãe”.

Pelo desespero, a avó sofreu um ataque cardíaco e um aneurisma na artéria aórtica que passa pelo abdômen, mais precisamente no estômago, mas foi socorrida ao chegar na praia e sobreviveu após alguns dias na UTI.

Uma das banhistas, que não fazia parte da família, mas tentou ajudar e quase morreu afogada com o grupo, Brittany Monroe, teve um ataque de pânico generalizado ao ser resgatada, mas foi hospitalizada e se recuperou rapidamente.

Roberta, afirmou que a experiência foi de mudança a vida. Ver pessoas de diferentes raças e gêneros entrando em ação para ajudar estranhos é absolutamente incrível”, escreveu ela em um post no Facebook, relembrando o drama vivido e o quão incrível foi o comportamento de outros humanos que sentiram a angústia. “Pessoas que não se conheciam deram as mãos dentro da água para tentar nos salvar, finalizou.

Fonte: Lifebuzz Fotos: Reprodução / Lifebuzz

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