Estrada de mais de 2.000 anos que ligava o Império Romano a Jerusalém é descoberta no Oriente Médio

de Merelyn Cerqueira 0

Uma antiga estrada que costumava ligar o Império Romano a Jerusalém há mais de 2.000 anos foi recentemente desenterrada por arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel.

 

Apresentando 1,5 quilômetro de extensão, seu pavimento estava repleto de moedas enterradas com representações de figuras romanas, incluindo Pôncio Pilatos, conhecido por desempenhar um papel importante na crucificação de Jesus. 

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Chamada de “Estrada do Imperador”, ela possui cerca de seis metros de largura e foi descoberta próxima à vila de Mata, em uma região que estava sendo escavada para a construção de uma passagem de água para dentro de Jerusalém. De acordo com a arqueóloga que dirigiu a escavação, Irina Zilberbod, acredita-se que a estrada um dia tenha servido para ligar os assentamentos romanos de Eleutherópolis, em Bet Guvrin, a Jerusalém. A construção da trilhaparece ter ocorrido na época da visita do imperador Adriano ao país, em 130 d.C., ou ligeiramente mais tarde, durante a supressão da revolta de Bar Kokhba em 132-135 d.C.

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A presença de um monumento, uma pedra marcada que leva o nome do imperador Adriano, reforça a ideia de que a estrada fora construída durante seu governo. As moedas, por outro lado, foram encontradas presas dentro do pavimento. Entre elas, uma de 29 d.C., descrevia o governante da Judeia, Pôncio Pilatos, e outra está associada ao Ano Dois da Grande Revolta Judaica de 67 d.C.

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Até 2.000 anos atrás, a maioria das estradas do país eram trilhas improvisadas”, explicou Zilberbod. “No entanto, durante o Período Romano, como resultado das campanhas de militares, uma rede rodoviária nacional e internacional começou a ser desenvolvida de maneira inédita”. O governo romano estava consciente da importância das estradas para o bom funcionamento do Império”, acrescentou ela, afirmando que além da Estrada do Imperador, havia outras rotas secundárias e igualmente úteis para o transporte de colheitas.

 

Grãos, óleo e vinho, que constituíam a principal base alimentar da época, eram transportados ao longo dessas rotas secundárias, entre aldeias vizinhas, e depois por estradas principais para serem distribuídos em grandes mercados de Israel ou outros países”, explicou.

 

Para o arqueólogo Amit Shadman, também membro da Autoridade de Antiguidades de Israel, a descoberta certamente despertará o interesse dos locais, mas será preservada. “Concordamos que a estrada será conservada como sítio arqueológico, em benefício do próprio público”, disse.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]

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