Especialistas da National Bureau Company Limited, uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, propôs uma executável, porém inusitada, solução para o problema da seca que assola a região.
Ela basicamente consiste em rebocar da Antártida um número suficiente de icebergs, a fim de resolver a escassez de água doce e efeitos das mudanças climáticas no país.
O diretor da empresa, Gulf News Abdullah, disse que este é o melhor método para resolver a situação, e seu ambicioso projeto poderia começar logo no início de 2018, com as gigantescas pedras de gelo sendo rebocadas em pleno mar aberto.
Suas estimativas é que as pedras levariam cerca de um ano para percorrer longos 9.200 quilômetros antes de chegar à costa de Fujairah.
Considere primeiramente que, icebergs não derretem facilmente, uma vez que 80% de sua estrutura está escondida sob a água.
Assim, a superfície de gelo exposta, ao invés de absorver o calor do sol, reflete a luz solar que recebe, causando evaporação das águas e provocando nuvens mais carregadas, devido à expansão da baixa pressão.
Tudo isso resulta em uma maior condensação, com chuvas que duram ao longo de todo um ano – o que seria especialmente benéfico para o desértico país.
Outro aspecto positivo da proposta é a atração turística indireta que seria gerada pela presença de icebergs em pleno deserto. Além disso, a liberação de água doce dos icebergs poderia ajudar a restaurar o equilíbrio ecológico e biodiversidade, além da redução da salinidade do mar.
É importante notar que a camada de gelo da Antártida é a maior massa de gelo que existe na Terra, uma vez que contém 70% de toda a água doce do mundo.
Atualmente, o aquecimento global tem provocado o derretimento desse gelo, encaminhando-o para águas mais quentes e salgadas, onde derretem, desperdiçando milhares de litros de água doce. Logo, o projeto da National Bureau Company Limited, também funcionaria como alternativa a este desperdício.
Embora até o momento nenhum iceberg tenha sido rebocado da Antártida, a ideia não é exatamente original.
Ela foi proposta no início do século 19, mas apenas para equilibrar a temperatura do planeta.
Em 1863, um empresário norte-americano também sugeriu a mesma coisa ao governo da Índia. E de fato, atualmente, algumas empresas canadenses têm movido consideráveis pedras de gelo da região quando elas interferem na exploração de petróleo.
Apesar dos benefícios apresentados, há ainda alguns críticos ao projeto, que alegam que a ação poderia causar uma série de danos.
Grant Bigg, um professor na Universidade de Sheffield, na Inglaterra, por exemplo, afirmou que a missão teria de considerar uma longa linha de obstáculos, que incluem a produção de um barco com capacidade para rebocar o gelo e cordas fortes o suficiente.
Além disso, ele acredita que a presença do gelo poderia trazer consequências devastadoras para o ecossistema dos Emirados, uma vez que o local já está acostumado a uma temperatura mais quente.
Fonte: Super Curioso Fotos: Reprodução / Super Curioso