Baleia cachalote encalhada e morre após engolir quase 30 kg de lixo plástico. A culpa é nossa!

de Merelyn Cerqueira 0

Especialistas recentemente anunciaram o resultado da autópsia de uma jovem baleia cachalote encontrada morta e encalhada em fevereiro deste ano na costa de Múrcia, sul da Espanha.

Segundo eles, o animal teria morrido em razão de um choque gástrico, após engolir 29 kg de detritos plásticos encontrados no oceano. As informações são da IFL Science.  

Os especialistas do Centro de Resgate de Animais Selvagens de El Valle, encontraram dentro da baleia, que era macho, pedaços de cordas, redes de pesca, sacolas plásticas, garrafas PET e muitos outros detritos.

Eles acreditam que o animal de 10 metros e seis toneladas morreu após desenvolver uma inflamação na membrana (peritônio) que recobre os órgãos do abdômen (peritonite), possivelmente desencadeada por uma infecção bacteriana ou fúngica.

Esta, no entanto, não é a primeira vez que uma baleia morre após ingerir lixo humano. Tragicamente, está é uma situação que vem se tornando cada vez mais comum.

Em 2016, por exemplo, um grupo de 13 cachalotes encalhou em uma praia apresentando lixo plástico em seus estômagos, incluindo uma rede de pesca de 13 metros de comprimento e uma parte da lataria de um carro com 70 centímetros.

Já em 2017, uma baleia precisou ser sacrificada após ser revelada a existência de cerca de 30 sacos plásticos em seu estômago que gerou uma infecção avançada.

Atualmente, cerca de 5,2 trilhões de toneladas de plástico flutuam em nossos oceanos, incluindo regiões longínquas, como o Ártico e mar profundo.

Estima-se que até 2025 esse número possa triplicar e que o número de plásticos supere a vida marinha.

Entretanto, a boa notícia é que o mundo está começando a perceber o problema, embora não esteja agindo de maneira rápida o suficiente.

A União Europeia, por exemplo, recentemente lançou uma estratégia para combater a situação, que envolve a reutilização e reciclagem de todo o plástico produzido até 2030.

A ONU também prometeu comprometimento em acabar com a poluição de plásticos, embora ainda não tenha estabelecido qualquer cronograma ou situação juridicamente vinculativa, considerando que os EUA ainda se recusa em apoiar medidas mais fortes. 

Quanto a cachalote encontrada em Múrcia, o governo regional lançou uma campanha que visa proteger a vida marinha da poluição plástica, evitando que os oceanos continuem como um depósito de lixo humano. 

Segundo a diretora-geral do Meio Ambiente, de Múrcia, Consuelo Rosauro, são muitos os animais que acabam presos no lixo ou ingerindo grandes quantidades de lixo plástico. “Atualmente, os resíduos plásticos são a maior ameaça que a vida marinha enfrenta”, acrescentou.

Fonte: IFL Science Fotos: Reprodução / Daily Mail

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