Artista brasileira coloriu fotos de uma das prisioneiras de Auschwitz, e o resultado foi comovente

de Merelyn Cerqueira 0

O nazismo é uma mancha bem escura em nossa história. Embora seja uma constatação dura, ela deve ser dita para que não seja esquecida e, portanto, nunca mais repetida.

O período, que durou de 1933 a 1945, quando Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha, ficou marcado pelo Holocausto, que resultou na perseguição e extermínio sistemático de cerca de seis milhões de pessoas.

Com isso em mente, há três anos, a artista digital Marina Amaral, de Belo Horizonte, coloriu algumas fotos histórias de uma prisioneira polaca, chamada Czeslawa Kwoka, que aos 14 anos foi enviada a Auschwitz, no sul da Polônia. Ao devolver as cores às imagens, Amaral conseguiu enfatizar visualmente o trágico passado da menina.

“Foi muito difícil olhar seu rosto por tantos minutos sabendo o que aconteceu com ela”, disse Amaral em entrevista ao Bored Panda. “Eu queria dar a Czeslawa a oportunidade de contar sua história, que é [também] a história de tantas outras vítimas”.

“É muito mais fácil se relacionar com essas pessoas uma vez que as vemos em cores”, explicou.

“Compreendemos melhor o que ela e milhões de outros passaram depois de verem suas contusões, o corte no lábio e o sangue vermelho no rosto. O Holocausto não começou com os assassinatos em massa. Começou com a retórica do ódio”.

As fotos originais foram tiradas por Wilhelm Brasse, o famoso fotógrafo do campo de concentração de Auschwitz.

“Eu lembro distintamente da imagem desta garota em particular”, disse ele em uma entrevista. “Ela parecia tão jovem, tão desarmada, apenas uma garota. Quando ela chegou ao campo de concentração, não conseguiu entender nada que lhe diziam. Então, essa mulher, Kapo (uma superintendente) pegou uma vara e bateu em seu rosto. Esta mulher alemã estava apenas descontando sua raiva na garota. Uma linda garota tão inocente. Ela chorou, mas não podia fazer nada. Antes que a fotografia fosse tomada, a menina secou suas lágrimas e o sangue do corte no lábio. Para dizer a verdade, senti como se estivesse sendo atingido, mas não conseguiria interferir. Isso teria sido fatal para mim”.

Czeslawa era uma das cerca de 230 mil crianças e jovens com menos de dezoito anos entre as 1.300.000 pessoas que foram deportadas para Auschwitz-Birkenau entre 1940 e 1945. Ela foi transportada de Zamosc, Polônia, para o campo de concentração em 13 de dezembro de 1942, e morreu no dia 12 de março de 1943, aos 14 anos, sob circunstâncias que não foram registradas.

Fonte: Bored Panda Fotos: Reprodução / Bored Panda

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