1980: o ano em que o Brasil parou para esperar pelo pouso dos visitantes de Júpiter

de Merelyn Cerqueira 0

Em 1980, um homem chamado Edílcio Barbosa, autointitulado “Mensageiro de Júpiter”, anunciou na pequena cidade onde morava chamada Casimiro de Abreu, uma região da Baixada Litorânea entre Cabo Frio e Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, anunciou que visitantes vindos de Júpiter chegariam à Terra para uma visita.

O encontro, segundo ele, ocorreria na manhã do dia 8 de março, mais precisamente às cinco horas e 40 minutos, em uma fazenda próxima chamada Nossa Senhora da Conceição.

Regado de expectativa e frustração, o evento reuniu cerca de 30 mil pessoas, mais do que a população da cidade, que à época era de 22 mil. A repercussão da história foi tão grande que chegou a resultar reportagem em programas jornalísticos de TV. 

A fazenda em questão ficava em um local remoto da cidade, e a população teria de esperar os visitantes alienígenas mal acomodada e em silêncio em uma colina a 300 metros do suposto local de pouso.

O evento foi considerado tão importante que jornalistas credenciados do Brasil e do mundo foram mandados ao local para cobrir a história.

Todos os órgãos públicos do município tinham sido mobilizados para que tudo ocorresse bem: o hospital da cidade ficou de prontidão para qualquer eventualidade, a Defesa Civil acompanhou todo o caso e a Telerj (antiga companhia telefônica) chegou a instalar um telefone público bem próximo ao suposto campo de pouso.

No entanto, e como era de se esperar, nada aconteceu. Para explicar o fracasso da história, o “Mensageiro de Júpiter” alegou que os alienígenas teriam visto cerca de 40 pessoas na área delimitada para pouso e resolveram cancelar a “visita”. Tal evidência teria sido confirmada por ele por meio de sinais de luzes e sons, recebidos por volta da meia noite.

Considerada a frustração dos moradores, uma vez que nenhuma nave espacial jupteriana pousou na fazenda, Edílcio teve que sair do local escoltado por um carro da Polícia Militar e protegido por dezenas de policiais.

Edílcio Barbosa teve que fazer testes psicológicos para provar que não era “louco”.

Depois do notório vexame, ele voltou ao anonimato e desapareceu dos noticiários e fugiu da mídia, falecendo meses depois. A história do dia em que o Brasil parou para receber os jupterianos foi contada em um premiado curta-metragem, chamado “Efeito Casimiro”.

Jornal Ciência