Viver próximo a rodovias por ser tão ruim quanto fumar passivamente 10 cigarros por dia

de Merelyn Cerqueira 0

Cientistas holandeses, em um novo estudo publicado pelo Journal of Environmental Research, compararam os efeitos do tabagismo com o ato de viver próximo a ruas movimentadas, como rodovias, de acordo com informações do Daily Mail.

 

Na pesquisa, eles descobriram que viver na localização pode ser tão prejudicial quanto fumar passivamente 10 cigarros por dia. Os riscos associados foram de aumento de doenças cardíacas, partos prematuros, problemas respiratórios e câncer de pulmão. Os pesquisadores, do Serviço de Saúde Pública de Amsterdã, revelaram que, quando testaram amostras que viviam em ambientes menos movimentados, observaram uma significativa redução dos riscos para a saúde. A queda teve os mesmos efeitos que evitar quatro cigarros por dia.

 

Para Saskia van der Zee, uma das cientistas do estudo, comparar os efeitos da poluição ao fumo passivo facilitaria a compreensão dos riscos pelos políticos e pelo público. “Eles têm o mesmo efeito sobre a saúde, mas é muito mais fácil conseguir uma proibição para o cigarro do que uma para a poluição do ar”.

 

Recentemente, médicos na Grã-Bretanha alertaram que os países estão enfrentando uma grande emergência de saúde, a menos que os automóveis a diesel sejam retirados das estradas. A poluição promovida por esse tipo de motor tem contribuindo em muito para a poluição atmosférica, que foi associada à morte de 40 mil pessoas por ano. No entanto, como o governo britânico não consegue controlar os níveis ilegais de poluição nas grandes cidades, esse número poderia ser ainda maior, de acordo com especialistas.

 

Várias ONGs chegaram a apelar para a criação de uma moderna Lei do Ar Limpo, que teria como objetivo controlar a poluição incentivando os motoristas a abandonar os motores a diesel. É hora de o diesel ser reconhecido como a emergência de saúde que é”, disse o professor John Middleton, presidente da Faculdade de Saúde Pública do Reino Unido. “Ele é a principal fonte de dióxido de nitrogênio nas áreas urbanas e está associado a efeitos sobre a saúde que começam antes do nascimento e se estendem ao longo da vida – desde o desenvolvimento pulmonar na infância até o risco aumentado de doenças cardíacas, derrames, câncer de pulmão e demência”.

 

Um corpo cada vez maior de evidências associou os impactos de saúde com o dióxido de nitrogênio e minúsculas partículas de fuligem emitidas por motores a diesel. Estas toxinas, quando adicionadas à poluição de fábricas, podem criar uma fumaça mortal. Os cientistas concluíram que um veículo com motor típico a diesel emite dez vezes mais dióxido de nitrogênio do que um equivalente movido a gasolina. Logo, em Londres, por exemplo, especialistas estão desesperados para encontrar novas maneiras de controlar os danos causados pela poluição, depois que os limites legais anuais foram violados ainda na primeira semana de janeiro. Entre as táticas, o governo planeja introduzir uma “zona de emissão”, e os motoristas de carros a diesel seriam cobrados para entrar nela.

 

Existe uma evidência esmagadora de que as partículas de fuligem geradas localmente e o dióxido de nitrogênio estão prejudicando a saúde das crianças”, disse Jonathan Grigg, professor da Universidade Queen Mary de Londres, e membro fundador da Doctors Against Diesel. “Reduzir as emissões teria, portanto, um impacto imediato sobre a exposição pessoal das crianças e melhoraria a sua saúde em longo prazo”.

 

O governo, por meio de um porta-voz, anunciou que está empenhado em melhorar a qualidade do ar, reduzindo as emissões mais nocivas. “Comprometemos mais de 2 bilhões de libras desde 2011 para aumentar a aceitação de veículos com emissões mais baixas, apoiar transportes mais ecológicos e definir como melhoraremos a qualidade do ar”, disse.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Pexels ]

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