Primeira ligação de celular completa 50 anos; veja o tijolão da Motorola que pesava mais de 1 kg

O feito histórico ocorreu em 1973 com um protótipo da Motorola, dando início a uma revolução tecnológica sem precedentes na sociedade global

de Redação Jornal Ciência 0

Nesta segunda-feira (03/04) comemora-se um marco histórico, ocorrido em 3 de abril de 1973, onde Martin Cooper fez, publicamente, a primeira chamada de um telefone celular de mão em uma calçada de Manhattan, em Nova York, EUA.

Usando um protótipo chamado DynaTAC 8000X, um verdadeiro tijolão pesando mais de 1 kg, com 33 centímetros de comprimento e bateria que durava apenas 25 minutos, em média, durante chamadas.

O aparelho era o resultado de uma intensa competição entre os desenvolvedores. Cooper, engenheiro eletrônico da Motorola, usou o celular para ligar para um de seus concorrentes, marcando um ponto importante na evolução da comunicação móvel.

A Motorola investiu dezenas de milhões de dólares na invenção, buscando desbancar a empresa Bell System — que dominava as telecomunicações nos EUA desde 1877.

A Bell System teve a ideia de criar o telefone celular após a Segunda Guerra Mundial. No final de 1960, vários carros modernos possuíam o celular porque necessitavam de grande quantidade de energia para funcionar.

O engenheiro eletrônico Martin Cooper, da Motorola, com vários celulares desenvolvidos. Foto: Reprodução / Valerie Macon / AFP via Futura-Sciences

O hardware do aparelho pesava mais de 14 kg e ficava dentro do porta-malas, sem contar toda a estrutura, como a antena instalada à parte, necessária para conseguir fazer ligações.

Mas, Cooper entendia que isso não era, de verdade, telefonia móvel, e decidiu criar um aparelho que não dependesse de um carro para funcionar.

Os telefones celulares percorreram um longo caminho desde a primeira ligação feita por Cooper, há 50 anos. O protótipo inicial, que antecedeu a pioneira ligação, tinha 13,6 kg, insuportável de segurar.

O primeiro modelo de celular comercial só foi lançado após 10 anos. Após intensos estudos, eles conseguiram reduzir o peso do DynaTAC 8000X de 1,4 kg para 1,1 kg e possuía uma tela pequena, no topo, para que o usuário puder ver o número de quem ligava. Ele também conseguia guardar até 30 números na memória.

Os primeiros aparelhos tornaram-se amplamente disponíveis, mas com um preço que só os ricos poderiam pagar: mais de US$ 5.000 — em valores corrigidos com a realidade econômica à época, isso equivaleria hoje a R$ 131.000!

Para recarregar, era preciso de 10 horas conectado a tomada e, certamente, não era nada agradável andar pelas ruas com um aparelho com mais de 1 kg. Era quase impraticável, mas sinônimo de status social.

Evolução rápida

O dispositivo volumoso foi substituído por telefones mais finos e rápidos. Em menos de 6 anos, a Motorola já lançava o MicroTAC 9800X, revolucionando o mercado novamente, reduzindo o peso de 1,1 kg para 350 gramas.

MicroTAC 9800X, uma nova revolução lançada pela Motorola

Agora, finalmente, era possível ter um aparelho celular que pudesse entrar no bolso, após a empresa “espremer” todos os componentes eletrônicos para caber em uma estrutura menor, mas com a mesma função das versões anteriores.

Iniciava-se uma mudança completa na forma de comunicação que interconectou todo o planeta em um aparelho que cabe na palma da mão. Na última década, mais de 7 bilhões de smartphones foram vendidos no mundo. Somente entre 2016 e 2017 foram 1,5 bilhão de aparelhos.  

Fonte(s): Futura-Sciences / CNN Imagem de Capa: Reprodução / Clubic Foto(s): Reprodução / Redrum0486 via Wikimedia Commons

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