Pesquisadores estão tentando criar órgãos humanos dentro de porcos

de Merelyn Cerqueira 0

Pesquisadores afirmam ter criado com sucesso em laboratório embriões que são parte humanos, parte porcos. Essas criaturas, na ciência, são conhecidas como quimeras – em alusão a um ser mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente.

 

Espera-se que esses seres híbridos possam, um dia, ajudar na criação de órgãos para transplantes em pacientes terminais. Embora o plano soe radical, a necessidade de doadores de órgãos, especialmente nos Estados Unidos, é muito grande. Cerca de 30 pessoas morrem todos os dias na lista de espera. Por causa dessa alta demanda, os pesquisadores trabalham na criação de órgãos artificiais ou de outras espécies, como uma opção viável. Contudo, o único questionamento é quão ético isso pode ser.

 

Em uma experiência realizada por pesquisadores da Universidade de Califórnia, cientistas criaram com sucesso um pâncreas humano dentro de um porco. Para isso, foram induzidas células pluripotentes combinadas com o DNA humano dentro do embrião do animal. Utilizando uma ferramenta de edição de gene, chamada CRISPR, as células-tronco foram inseridas para criar raízes e desenvolver um órgão específico.

 

A esperança dos cientistas, no entanto, é que o embrião possa se desenvolver normalmente e que seu pâncreas humano possa ser compatível com um paciente que precise de transplante. Em outras palavras, a equipe acredita que os porcos possam servir como verdadeiras incubadoras de crescimento de órgãos humanos. Eles seriam capazes de viver uma vida normal, apesar da condição única.

 

A questão ética, no entanto, fala sobre o método ser considerado intrigante para resolver o problema de doadores no mundo – que envolve a ideia de ter o órgão de um porco transplantado em um ser humano –sem falar em questões que envolvem o sofrimento do animal.

 

Apesar de estudos já terem comprovado que os porcos são considerados “compatíveis” para sucesso da ideia, já que a edição genética poderia garantir órgãos limpos, sob demanda e saudáveis, é importante ressaltar que a pesquisa ainda “engatinha”. A equipe trabalha com a possibilidade de fazer dela uma realidade no futuro. Além disso, os cientistas ainda não comentaram sobre uma possível revisão do trabalho ou publicação em revistas científicas.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ] 

Jornal Ciência