O segredo da garganta de Deus pintada por Michelangelo

de Otto Valverde 0

Michelangelo não poupou estranhezas na representação da garganta de Deus na Capela Sistina. Para muitos, esse fragmento não combina com o artista, que sempre se dedicou ao estudo da anatomia. Porém, uma nova teoria acredita que Michelangelo teria usado a imagem da haste de um cérebro humano na garganta de Deus.

 

Em um dos painéis é possível observar o pescoço e a cabeça de Deus reproduzidos de forma estranha e com uma iluminação completamente diferente do restante da pintura. Outra característica também foi identificada: a barba encurtada e acumulada próxima ao queixo e ao pescoço. Segundo alguns estudiosos, o pescoço bulboso foi criado para representar uma glândula tireoide anormalmente aumentada.

 

Mas, para dois investigadores, um neurocirurgião e um restaurador, a teoria é outra e um tanto quanto curiosa! No painel que retrata a Separação da Luz das Trevas, de acordo com o livro de Gênesis, Michelangelo teria retratado a visão ventral do tronco cerebral.

 

Com o auxílio da tecnologia, eles compararam as marcas do pescoço de Deus com a parte do cérebro que se conecta com a medula espinhal. E o mais inacreditável é que encontraram semelhanças.

 

Essa não é a primeira retratação do corpo humano encontrado na pintura da Capela Sistina. Um ginecologista identificou, em 1990, a imagem de um cérebro humano na Criação de Adão. Ele também pode identificar que o sudário em torno de Deus tinha a forma da parte superior do cérebro. Décadas depois, outros estudiosos afirmaram que a imagem era de um rim.

 

Para os estudiosos, o fato dele ter utilizado o cérebro com sucesso na Criação de Adão um ano antes, Michelangelo escolheu utilizar mais uma vez a imagem do corpo em sua arte.

 

Apesar das diversas análises feitas sobre a obra, os especialistas alertam sobre os perigos de interpretar uma obra-prima, já que nem todos os historiadores possuem a mesma conclusão.

[ live Science ] [ Foto: Reprodução / Live Science ]

Jornal Ciência