Cientistas descobrem águam no primeiro exoplaneta encontrado

de Julia Moretto 0

Em 1995, os astrônomos encontraram o primeiro exoplaneta orbitando uma estrela como o nosso Sol. Agora, usando uma nova técnica, foi possível detectar água em sua atmosfera.

 

O mundo é chamado 51 Pegasi b e foi encontrado a 51 anos-luz de distância. Ele é conhecido como um Júpiter quente – um planeta gasoso muito perto de sua estrela. Assim, é improvável que a água seja líquida, mas sim que exista vapor na atmosfera do planeta. No entanto, a detecção é importante, já que destaca um novo olhar para exoplanetas.

 

A maioria dos planetas encontrados pelos cientistas foram detectados usando o método do trânsito: quando o planeta passa na frente de sua estrela. Neste estudo, Jayne Birkby, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, liderou uma equipe que estudou a estrela (51 Pegasi) e os planetas ao seu lado. Usando o Very Large Telescope (VLT) no Chile, a equipe conseguiu observar a órbita do planeta por 4 horas – 51 Pegasi b completa uma órbita em apenas 101,5 horas, ou seja, 4,2 dias. Com isso, os cientistas podem analisar a mudança da luz e como o planeta se afastava da Terra.

 

A partir desta mudança de luz, movendo-se para as extremidades mais vermelhas e azuis devido ao efeito Doppler, a equipe foi capaz de descobrir do que a atmosfera do planeta era feita. Segundo eles, há uma clara detecção de água, descrita como “rocha bem sólida” pelo membro da equipe, Matteo Brogi, da Universidade do Colorado.

 

Embora 51 Pegasi b tenha sido o primeiro exoplaneta a ser descoberto em torno de uma estrela parecida com o Sol, não foi o primeiro exoplaneta a ser encontrado. O primeiro foi HD 114762 b, um gigante de gás encontrado em 1989, mas que só foi classificado como planeta em 2012, orbitando uma estrela binária. Até ser confirmado, PSR B1257 + 12 B – um planeta encontrado na órbita de um pulsar em 1992 – foi muitas vezes mencionado como a primeira descoberta de exoplanetas.

 

Esse estudo foi primordial, pois possibilitou que os especialistas analisassem exoplanetas antes de usar o método de trânsito. Se pudermos usar uma técnica similar para outros mundos, será possível expandir o conhecimento de outros exoplanetas.

[ IFL Science ] [ Fotos: Reprodução / IFL Science ]

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