Uma equipe de astrônomos da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, descobriu um exoplaneta localizado na constelação Centaurus, a 320 anos-luz da Terra.
Nomeado como HD 131399Ab, trata-se de um gigante quatro vezes maior do que Júpiter, 11 vezes maior do que a Terra e que possui em sua órbita três sóis.
Apesar de não ser o primeiro planeta do tipo encontrado, ele está sendo considerado como o mais estranho para os cientistas. Por causa de sua órbita longíssima, de 550 anos, eles acreditam que a luz do dia ali é quase constante, havendo três amanheceres e entardeceres por dia, dependendo da estação, “que pode durar mais do que uma vida humana”, segundo Kevin Wagner, um dos autores da descoberta publicada pela revista Science.
Inabitável para qualquer ser humano, graças as suas temperaturas que podem chegar a 586 °C – o que ainda é considerado frio para o padrão dos exoplanetas – ele ainda é formado por nuvens de pedra de silicado que são do tamanho de cigarros, de acordo com o estudo. Trata-se de um corpo relativamente jovem – de cerca de 16 milhões de anos – que forma um sistema de múltiplas estrelas: uma pouco maior do que o Sol ao centro, duas outras menores que orbitam uma a outra e, entre estrelas menores, está o HD 131399Ab.
A preocupação dos cientistas, no entanto, é que esses sistemas costumam ser instáveis, já que as forças gravitacionais das estrelas competem entre si. Nessa disputa, nenhuma delas costuma levar a melhor, porque os planetas acabam sendo ejetados. Agora, a partir dessa descoberta, os pesquisadores acreditam que esse tipo de planeta seja mais comum do que se pensava.
“Pessoalmente, estou mais interessado na órbita do planeta”, disse Wagner ao The Atlantic. “É improvável, mas existe uma chance de o sistema não ser tão estável quanto achamos que é, e até que ele nem orbite as estrelas. Em alguns anos, poderemos ver como ele se move e aí poderemos ter certeza”.
[ Galileu / Science ] [ Foto: Reprodução / L. Calçada / ESO ]