Você sabia que o Natal foi uma comemoração criminalizada até 1907?

de Bruno Rizzato 0

As origens do Natal são bastante conhecidas: o nascimento de Jesus Cristo. Porém, existem algumas curiosidades que envolvem comemorações natalinas. Originalmente, o Natal era um feriado pagão, criminalizado até 1907 nos EUA.

 

Na Roma pré-cristã, os pagãos celebravam o feriado de Saturnália, que ia de 17 a 25 de Dezembro, em honra a Saturno, o deus da agricultura. A comemoração incluía nudez, embriaguez, desordem e sacrifício humano. 100 anos depois, o imperador Júlio César introduziu o calendário juliano, o que tornou 25 de dezembro o Solstício de inverno. Em 3 a.C., o nascimento de Cristo ocorreu em Belém, e, 33 anos mais tarde, ele foi crucificado em Jerusalém. O imperador romano Heliogábalo introduziu o feriado de Dies Natalis Solis Invicti (o aniversário do Sol Invicto), também comemorado em 25 de dezembro e fortemente promovido pelo Imperador Aureliano, cerca de 50 anos mais tarde.

Em 601, o Papa Gregório I escreveu para Melitus (seu missionário da Inglaterra), dizendo-lhe para “não proibir tais antigas festividades pagãs”, e sim, “adaptá-las aos ritos da Igreja, mudando apenas a razão de um pagão para um impulso cristão”.

 

O Natal espalhou-se ao redor do mundo entre 900 – 1.000 da Era Comum (período que mede o tempo a partir do ano primeiro no calendário gregoriano. O mesmo que Anno Domini, conhecido como Era Cristã) e foi adaptado para corresponder às celebrações do inverno.

 

O Natal evoluiu lentamente, sem se popularizar tanto até meados do século 11, momento a partir do qual, realmente, encontra-se a primeira referência a ele. A festividade evoluiu e mudou com o tempo, até se tornar nossa tradição atual – com peru, família reunida e uma árvore enfeitada. Porém, a comemoração nem sempre foi tratada assim.

Na Inglaterra, o parlamento proibiu o Natal por 12 anos a partir de 1647, sob ordem do líder militar, Oliver Cromwell. Essa proibição foi imposta também em Massachusetts Bay Colony, nos EUA, em 1660. A criminalização da comemoração virou lei em muitos lugares, e durou até Alabama ser o primeiro estado dos EUA a legalizar o Natal, em 1836 – quase 200 anos após uma massiva proibição. Oklahoma foi o último estado dos EUA a legalizar o Natal novamente, em 1907, apesar dos EUA ter instituído a data como um feriado nacional em 1870.

 

Basicamente, o Natal era um festival pagão que a Igreja tratou de adaptar para sua crença, quando viu que não poderia lutar contra as festividades do povo. Curiosamente, no Reino Unido, o Natal foi ilegal apenas por 12 anos, e nos EUA – hoje, o maior “símbolo do Natal capitalista” – permaneceu ilegal por 260 anos.

[ Hayesgardenworld / The Huffington Post ] [ Foto: Reprodução / Pexels ]

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