Vejam como eram 8 vegetais antes de serem modificados pelos humanos

de Redação Jornal Ciência 0

Ultimamente, tem havido um grande movimento contra alimentos geneticamente modificados (OGM) — que você encontra facilmente em quase todos os produtos industrializados com uma letra T dentro de um triângulo amarelo, nos rótulos.

E embora o processo de modificação genética de certos alimentos seja bastante recente, os humanos brincam com esse cultivo há séculos. A diferença é que o fizeram por meios que exigiram muito mais tempo e paciência.

No que diz respeito à agricultura e à modificação genética, todos têm tentado cultivar culturas alimentares maiores, melhores e mais nutritivas e foi assim que a reprodução seletiva nos permitiu desfrutar de vegetais e as deliciosas frutas depois de centenas de anos de trabalho.

Algumas frutas e vegetais apresentados aqui mostram uma variedade de plantas comestíveis que poderiam ser consideradas ancestrais do equivalente moderno. Enquanto outras, como a banana que conhecemos hoje, são relativamente novas na nossa culinária. Confira as fotos de antes e depois dos alimentos.

Melancias selvagens

Um recorte de uma pintura do século XVII de Giovanni Stanchi mostra melancias em uma forma completamente diferente daquela que conhecemos. A obra, pintada entre 1645 e 1672, retrata melancias com formas onduladas incrustadas em seis pedaços triangulares, além de sementes grandes e o interior dominado pela polpa branca que, para muitos de nós, não seria algo comestível ou apreciado.

Melancias modernas

Com o tempo, os humanos criaram melancias para serem muito mais atraentes e de dar água na boca. Hoje em dia podemos facilmente obter melancias perfeitamente doces e suculentas, com tom vermelho-vivo, além de existirem diversas variedades sem sementes. São produzidas pelo cruzamento de linhagens diploides e tetraploides de melancia, com as sementes resultantes produzindo plantas triploides estéreis.

Banana selvagem

Os ancestrais da banana datam de 10.000 a 6.500 anos a.C., quando pesquisas encontraram numerosos fitólitos de bananas no sítio arqueológico do Pântano Kuk, na Papua-Nova Guiné.

Mas antes de a banana ser o que é hoje, uma fruta cremosa e doce (bem, tecnicamente uma baga), ela passou por muitas mudanças através da criação seletiva. Uma das maiores diferenças na variedade selvagem da fruta são as sementes grandes que ocupam a maior parte da fruta. Muito difícil imaginar comer isso, certo?

Banana moderna

A fruta que hoje chamamos de banana tem uma das histórias mais tumultuadas de todos os tempos. A produção em massa de bananas começou apenas em 1834, quando a fruta foi transferida para o Caribe.

No entanto, no início do século anterior, as bananas produzidas em massa foram atingidas por uma crise, uma infecção fúngica que começou a destruir plantações inteiras. Foi quando os pesquisadores desenvolveram uma banana capaz de resistir à infecção do fungo, a Giant Cavendish, que hoje conhecemos como banana-nanica.

Berinjela selvagem

Ao longo da história, as berinjelas tiveram uma variedade de formatos e tamanhos antes de aparecerem em nossas mesas de jantar como vegetais redondos e carnudos. Algumas das primeiras versões de berinjela foram registradas na China antiga. As primeiras gerações de plantas tinham espinhos no local onde o caule da planta se conecta às flores. Isso era um problema para consumi-las, além de serem pequenas e ter sabor não tão agradável.

Berinjela moderna

A berinjela moderna é grande, comprida e carnuda. Com o número limitado de sementes e muita polpa, a berinjela mostra como o melhoramento seletivo pode ser maravilhoso quando existe paciência para esperar os resultados dos cruzamentos.

Cenoura selvagem

A planta da qual derivou a cenoura moderna era originalmente uma raiz esbranquiçada. As cenouras originais domesticadas na Ásia Central 900 a.C., eram roxas e amarelas. Existem escritos clássicos gregos e romanos fazem referências a raízes brancas comestíveis. A cenoura como a conhecemos percorreu um longo caminho antes de se transformar em um “palito laranja” e não bifurcado.

Cenoura moderna

Felizmente, os agricultores conseguiram domesticar a raiz selvagem e bifurcada, a transformando nos deliciosos vegetais alaranjados com alta concentração do antioxidante betacaroteno que, durante a digestão, transformam-se em vitamina A, essencial para a saúde dos olhos.

Milho selvagem

O milho ancestral é talvez o melhor exemplo do quão longe você pode chegar com anos e anos de reprodução seletiva. A planta teosinto domesticado em 7.000 a.C. tinha gosto de batata crua muito seca, pouco maior que 19 mm e só tinham 8 variedades conhecidas. Era encontrada apenas na América Central e os grãos eram extremamente duros.

Milho moderno

O que comemos agora parece uma planta completamente diferente em comparação com o ancestral do milho. É produzido em uma variedade de cores, possui cerca de 1000 vezes o tamanho do seu ancestral e é cultivado em 69 países.

Pêssego selvagem

Já o pêssego é uma daquelas frutas que parece não ter mudado muito desde sua forma selvagem. De acordo com descobertas históricas, os primeiros pêssegos foram cultivados em 6.000 a.C. na província de Zhejiang, na China. Pêssegos domesticados adequados apareceram pela primeira vez no Japão, cerca de 1.200 anos depois. Já eram semelhantes às modernas formas cultivadas com sementes maiores e mais comprimidas.

Pêssego moderno

Os pêssegos que comemos hoje são, na verdade, uma espécie cultivada na Pérsia (atual Irã) que foi transportada para a Europa. Os pêssegos atuais podem vir em variantes de tom amarelado, quase branco com variantes avermelhadas, bastante aderidos ao caroço e muito saborosos.

Repolho Selvagem

A espécie Brassica oleracea é o “tataravô” de vegetais como repolho, brócolis, couve-flor, couve e muitos outros. A forma não cultivada é chamada de repolho selvagem e nos dá uma boa ideia de como era, há milhares de anos, o que hoje conhecemos como repolho

A história da planta domesticada é desconhecida antes dos tempos gregos e romanos, mas os estudiosos daquela época deixaram muitos registros para confirmar que era um vegetal de jardim bem estabelecido. Ainda é possível avistar a couve selvagem crescendo perto de falésias calcárias, pois tem alta tolerância ao sal e à cal.

Repolho Moderno

Comparado ao seu ancestral, o repolho moderno é muito mais carnudo e volumoso, fornecendo uma quantidade muito maior de alimento a partir de uma única planta. O repolho moderno provém da planta de nome científico Brassica oleracea var. capitata.

Tomates Selvagens

Antes de entrarmos no assunto dos tomates selvagens, basta dizer que o tomate não é um vegetal, mas sim uma fruta. De qualquer forma, os tomates que temos hoje são drasticamente diferentes daqueles que eram antes de os humanos os domesticarem.

Os tomates selvagens eram extremamente pequenos. A espécie conhecida como Solanum pimpinellifolium, ou mais comumente falando, tomate-groselha, ainda existem até hoje no Equador e no Peru e são naturalizadas em outros lugares do mundo. 

Eles são comestíveis, mas não são realmente cultivados para serem consumidos. Em vez disso, são utilizados pela ciência no desenvolvimento de espécies híbridas e na complementação do conjunto genético das espécies de tomate mais comuns.

Tomates Modernos

Os tomates que comemos hoje são comparativamente maiores que os selvagens. As lojas geralmente oferecem grande variedade, desde o tomate-cereja, tomate-ameixa e até o tomate Giant Heirloom, que é um pouco maior que um punho humano.

Fonte(s): Bored Panda Imagem de Capa: Reprodução / Bored Panda

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