Partícula recém-descoberta pode ajudar a explicar a Matéria Escura

de Julia Moretto 0

Os físicos têm previsto a existência de uma nova partícula que poderá ajudar a resolver o mistério da matéria escura. Conhecida como o “Bóson Madala”, a partícula apresenta semelhanças com o bóson de Higgs, porém interage com a matéria escura – que compõe cerca de 27 por cento do Universo.

Os investigadores na África do Sul analisaram dados de várias experiências realizadas no Large Hadron Collider e criaram relatórios identificando seus principais recursos.

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Os cientistas em parceria com o Grupo High Energy Physics (HEP), da Universidade de Witwatersrand, criaram a sua hipótese com base nas experiências do CERN, em 2012, quando o bóson de Higgs foi descoberto. Os investigadores colaboraram com cientistas na Índia e na Suécia, e quando o experimento no LHC foi repetido em 2015 e 2016, a equipe descobriu resultados compatíveis com a teoria criada.

A hipótese do bóson Madala possuir um novo campo que interage com a matéria escura. “A Física Clássica não conseguiu explicar uma série de fenômenos e, como resultado, ela precisava ser revolucionada com novos conceitos, como a Relatividade e a Física Quântica, que levaram à criação do que hoje entendemos como Física Moderna”, diz o professor Bruce Mellado, líder da equipe do grupo HEP na Wits. O modelo padrão da Física foi concluído com a descoberta do bóson de Higgs 2012, porém não identifica certos fenômenos, como a matéria escura. 

Porém, os pesquisadores desta nova partícula podem ajudar a explicar as origens misteriosas deste assunto. A notícia anunciada dizia que os pesquisadores tinham descoberto uma partícula subatômica desconhecida, que poderia se tratar de uma quinta força fundamental da natureza.

Chamaram-na de “X Boson”, os físicos da Universidade da Califórnia disseram que a mais nova descoberta pode mudar completamente a nossa compreensão do Universo.

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A pesquisa, publicada na revista Physical Review Letters, analisou um estudo de 2015, em que os físicos nucleares da Academia de Ciências da Hungria, procuravam “fótons escuros”, partículas que indicariam a matéria escura invisível, que compõe cerca de 85 por cento da massa do Universo. Esse trabalho descobriu uma anomalia radioativa que aponta para a existência de uma partícula de luz apenas 30 vezes mais pesada do que um elétron.

Os experimentos não foram capazes de afirmar que era uma nova força. Simplesmente viram um excesso de eventos que indicam uma nova partícula, mas não estava claro para eles se era uma partícula de matéria ou de uma partícula que transmite força“, disse Jonathan Feng, professor de Física e Astronomia, na UCI.

O grupo UCI estudou as dados dos pesquisadores húngaros e outras experiências anteriores e, mostrou que a evidência desfavorece fortemente ambas as partículas de matéria e fótons escuros. Eles propuseram uma nova teoria, no entanto, que sintetiza todos os dados existentes e determinaram que a descoberta pode indicar uma quinta força fundamental.

Durante décadas, conhecemos quatro forças fundamentais: a gravitação, eletromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca. Se confirmado por outros experimentos, a descoberta de uma possível quinta força iria mudar completamente a nossa compreensão do Universo, com consequências para a unificação das forças e matéria escura“, Feng.

O trabalho apresenta que, em vez de ser um fóton escuro, a partícula pode ser um “X Higgs protophobic”. Enquanto a força elétrica normal, age sobre elétrons e prótons, esta recém-descoberta partícula de Higgs interage apenas com os elétrons e nêutrons em uma gama limitada. “Não há outra partícula de Higgs que tenhamos visto com essa mesma característica”, conta o coautor e professor, Timothy Tait. Porém, novas pesquisas são fundamentais.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail / Flickr

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