Um ex-executivo de publicidade do McDonald’s revelou os truques que os fabricantes de alimentos usam para persuadir o público a comer versões superdimensionadas de guloseimas.
Associando as empresas de alimento às de cigarro, Dan Parker, que também já trabalhou para a Coca-Cola, revelou que as estratégias de aumentar o tamanho de um produto e manter o preço tem alimentado a crise de obesidade no mundo, de acordo com informações do Daily Mail.
Segundo Parker, o truque mais utilizado pelas marcas é aumentar o tamanho de um produto sem subir seu valor, criando ainda a ilusão de que porções “tamanho família” são aceitáveis para uma pessoa.
Como exemplo, ele citou as lojas da rede britânica WHSmith, presentes em estações de trem e aeroportos, que regularmente realizam promoções para vender grandes porções de guloseimas.
“Acho que a indústria de alimentos está se comportando como a do cigarro”, disse Parker, afirmando que as pessoas precisam reduzir a quantidade de alimentos pouco saudáveis que comem até 30 por cento.
“O que está acontecendo claramente no momento é que a indústria de alimentos está trabalhando duro para nos arrastar pelos calcanhares”, disse. “A verdade muito inconveniente de que ninguém quer falar é que para resolver a crise da obesidade, precisamos comer menos comida”.
Segundo ele, a única solução para a crise da obesidade é a redução do nosso consumo de alimentos, particularmente a limitação dos não saudáveis, apesar de os fabricantes financiarem regularmente estudos que sugerem que a falta de exercício físicos é a verdadeira culpada.
Parker também prevê que uma maior regulamentação de publicidade de comidas na televisão em horário nobre pode ajudar a combater o problema, e que começou a pensar nisso após ter sido diagnosticado com diabetes do tipo 2, a mesma condição que matou seu pai.
Agora, praticante de um estilo de vida mais saudável, ele usa suas habilidades publicitárias para ajudar a reduzir o número de pessoas que consomem regularmente junk food. Para isso, criou a ONG Living Loud, que ajuda ativistas e empresas antiobesidade, como a Jamie Oliver Food Foundation, a comunicar suas mensagens.
Procurada pelo Daily Mail, a WHSmith disse por meio de porta-voz que participa apenas de dois por cento do mercado de confeitaria no Reino Unido e que atualmente está ampliando sua gama de produtos saudáveis.
“Aumentamos nossa gama de produtos como a visibilidade de escolhas saudáveis, o que significa que as vendas de frutas e lanches aumentaram 50% ano a ano”, disse. “Estas representam quase um quarto das nossas vendas de alimentos refrigerados e a água é, de longe, nossa promoção mais popular e mais extensa até o momento. Estamos sempre ouvindo nossos clientes e continuaremos a fornecer-lhes uma ampla gama de opções para os seus gostos”, concluiu.
Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail / Fast Food / Calvin Arie / The Guardian